ZCAP, ZMAR e ZPORTING

Pensamento crítico, escrita e oratória eficazes, um trio incómodo que obriga a medidas extra-ordinárias para proteger a comunidade de perigosos e acutilantes raciocínios. Não é altura de cultivar o livre-arbítrio.

Estes últimos dias foram estranhos. Ainda em Outubro se tinha apresentado um plano de constituição de ZCAPs com capacidade máxima de até 5 500 “utentes” e agora em Maio, passados 6 meses, o governo recorre a outra ferramenta ao seu dispor, que nunca utilizou para activar as unidades de saúde privadas, fazendo-o para tomar o ZMar. Isto para alojar perto de 30 pessoas que viviam em condições que não permitiam o devido isolamento sanitário. Que é feito do plano que daria resposta a milhares?

Curiosamente durante uns dias nos noticiários viveu-se a realidade de Odemira como se fosse nova, tentando conquistar a aceitação da pública em nome dos mais básicos direitos humanos. Os representantes locais estimavam que até 6 000 dos 13 000 trabalhadores não teriam condições de habitabilidade. Isto sim, já é deveras preocupante pois em caso de necessidade, por proliferação de testes positivos ao COVID19, realmente não haveria mãos a medir para resolver o tema, garantindo as devidas condições de isolamento. Projectando este cenário pessimista, só possível de acontecer se for conseguida a execução do plano de testagem delineado, e antecipando o enorme esforço necessário para dialogar com os proprietários das propriedades requisitadas sugiro a concentração de interlocutores focando atenção no património detido por exemplo pela Santa Casa e bancos. Dão resposta à altura, são parceiros de extrema confiança e inclusive detêm imóveis que permitiram alojar centenas devidamente compartimentados no mesmo espaço. Em adenda estando a maioria devolutos não existirá qualquer tipo de prejuízo a particulares e empresas e talvez seja até algo a considerar quando se iniciar o uso de novo brinquedo à disposição.

Ainda a nação digeria os acontecimentos com a grande família de trabalhadores rurais de Odemira, eis que uma outra família desperta de hibernação. A nação Sportinguista, em pleno êxtase, sucumbe aos valores do coração, alicerçados em argumentos da sua razão individual, em detrimento dos valores incutidos pela razão institucional. E desta vez não são só eles que sabem porque não ficam em casa.

Depois de assistir aos canais de informação a sublinhar o carácter vergonhoso da realização da festa do Avante, a irresponsabilidade dos que em família rumam a praias e passeios marítimos em dias de sol, o negacionismo chalupa dos milhares que se manifestaram na World Wide Demonstration Lisboa no passado dia 15 de Março, confesso que fiquei muito surpreso com o tom carinhoso, compreensivo e condescendente com que se referiam à festa e adeptos leoninos, tão ou mais violadores das recomendações feitas pela DGS. Até lhes foi dada ampla cobertura televisiva, direito a dizer o que pensam via voxpop em directo, coisa que jamais ousaram fazer no passado com os executantes de comportamentos desviantes ao sanitariamente correcto. Quem sabe se não foi o evento que servirá de case study à reabertura?

COFFINamento precário

Quem se atreveria a prever que desde Março de 2020, até final da Páscoa de 2021, iríamos estar mais de 150 dias em regime de isolamento forçado? O objectivo seria o de impedir o colapso do sistema de saúde, coisa nunca vista em Portugal, e uma avalanche de mortes.

Dos 5 milhões de população activa menos de 700 mil puderam trabalhar em teletrabalho. Cerca de 90 mil terão perdido os empregos de forma directa. Os restantes 4 milhões picos lá tiveram de continuar as suas deslocações para cumprir o serviços das empresas em funções. Felizmente não sofremos a dizimação dessa população, das forças de segurança, dos transportes, do sector primário, da construção, do comércio, da indústria e serviços por si garantidos! Só pode ter sido protecção divina pois várias vezes entrei em estabelecimentos de rompante apanhando os colaboradores em círculo próximo de amena cavaqueira sem máscaras, vi trabalhadores de construção civil a borrifar em todas as medidas, ouvi relatos dos transportes apinhados e cruzei-me em ruas e comércio com a maioria das pessoas a usar máscaras com nariz de fora. Claramente andámos todos num faz de conta para nos deixarmos em tranquilidade mútua. Um confinamento à portuguesa para fazer brilharete nos noticiários cujos jornalistas também eles devem estar ausentes do que se passa no terreno.

Em Novembro de 2020 a malha apertou, todas as actividades não essenciais fecharam portas e tivemos mais de um mês de verdadeira reclusão, para quebrar cadeias de transmissão e extinguir a carga viral em circulação. No final de Dezembro projectava-se que os portugueses estavam “limpinhos” depois de tanta responsabilidade e sacrifício. Surpresa das surpresas, os afectos de Natal e Ano Novo ressuscitaram a pandemia a níveis nunca antes sentidos em Portugal, com o Janeiro mais negro dos últimos 12 anos (o que até não é mau se consideramos que o INE tem séries estatísticas fiáveis desde 1960). O resultado foi mais uma terapia de choque doméstico até tudo acalmar. Demorou três meses.

Onde estaríamos sem o confinamento? Variados estudos em vários países indicam que nem muito melhor nem muito pior, simplesmente não pode ser feita uma correlação forte entre essas medidas e as melhoras dos resultados. São os sacanas dos dados que o dizem! Nos USA, a comparação entre estados adjacentes, uns com conformidade total com medidas, outros que nunca aplicaram as medidas são esclarecedores sobre a ineficácia das mesmas em termos de benefícios directos significativos. Além da Suécia temos na Europa o caso da Bielorrúsia, que apresenta das mais baixas taxas de morte, sem nunca ter confinado.

Além dos efeitos inevitáveis do COVID o confinamento acrescentou, além da destruição económica indiscutível, a morte de milhões e sérios efeitos na saúde mental da humanidade. Mesmo no combate ao COVID existem epidemiologistas reconhecidos a alertar para o estar a fazer-se tudo errado, potenciando-se doença e surtos sucessivos.

Demos o benefício da dúvida, cumprimos com resiliência, vamos agora desfrutar a retoma da liberdade, com a certeza de que, em caso de nova situação alarmante, o confinamento não é de todo a solução, podendo ser poupado o sofrimento adicional por si gerado. Exijamos decisões futuras com base no conhecimento adquirido à custa de muitos e irrecuperáveis dias de privação social e familiar.

É a lição que espero termos aprendido nesta reclusão forçada.

Prescrição de Mediacamentação Alternativa

Confiando-se ou não nos diagnósticos e declarações de óbito, os números que temos ao dia de hoje são os de que, a nível mundial, o COVID19 infectou 132 milhões de pessoas, 0.001% da população mundial, tendo conduzido à morte de perto de 3 milhões de pessoas, com uma taxa de mortalidade de 2.27% dos infectados. Um estudo recente indica que numa grande quantidade dos casos mortais, até 84%, o paciente sofria de pelo menos uma doença de comorbidade.

Em Portugal os números podem ser ajustados para cerca de 8% da população afetada com uma taxa de mortalidade na ordem dos 2.05%, com uma média de idades dos óbitos por COVID19 acima dos 80 anos, sendo residuais, menos de 300, as mortes nas faixas etárias abaixo dos 50 anos.

A resposta em curso a esta pandemia é a vacinação total, aplicada a 100% da população, para o atingir da imunidade de grupo. No entanto cada vez mais vozes se insurgem contra esta medida.

Porquê tantos detractores da vacinação? Mesmo entre os profissionais de saúde existem centenas de milhares a recusar a vacinação (Reino Unido, Holanda, França, Espanha, etc), situação “preocupante” que levou por exemplo a Itália a tornar obrigatória a vacinação do pessoal de saúde.

Uma das razões desta renitência é o facto de, apesar de tão louvada ser a celeridade no desenvolvimento destas vacinas, na verdade estamos em pleno ensaio clínico. Consultando os registos americanos podemos ver que tanto a vacina da Pfizer como a da Astrazeneca estão em fase de estudo desde o Abril de 2020 até Abril de 2023. Outro apontamento interessante é que foram excluídos da primeira fase exatamente os indivíduos de grupos de risco que mais devíamos proteger. Ou seja, os resultados preliminares são obtidos com base em população saudável. Os efeitos e eficácia das vacinas sobre a população mais vulnerável serão emergentes durante os meses que se seguem à aplicação prática da vacina pois saltámos várias fases antes de aceitarmos a adoção desta vacina! Para agravar a cautela necessária convém relembrar que no passado ensaios de vacinas para eliminação de coronavírus falharam com consequências gravosas para os animais envolvidos nos testes, sobretudo no contacto posterior com o vírus.

Especialistas de renome no desenvolvimento e execução de planos de vacinação a nível mundial alertam para o perigo da escala global de vacinação, que isso poderá ser um acelerador do mecanismo natural de sobrevivência dos vírus, existindo um grande risco de criar uma variante exponencialmente mais perigosa.

Ao momento existem mais de 270 mil casos reportados nos sistemas europeus de monitorização de reacções adversas, com volumetria significante de casos fatais ou com severa gravidade. Peculiarmente a maior incidência ocorre sobre a faixa etária dos 18 aos 64, a menos afetada pelo COVID19 em si.

Sobre “vacinas” mRNA

Para começar o termo “vacina” foi aplicado para facilitar o entendimento e aceitação do público. Esta é uma nova tecnologia que está a ser aplicada pela primeira vez em larga escala na população humana (por Pfizer e Moderna). Ao contrário das vacinas tradicionais, que usam vírus “dormentes” em carga controlada para permitir ao nosso sistema imunitário uma aprendizagem suave no lidar com este invasor, as “vacinas” mRNA vão alterar a forma como funcionamos, para sempre.

Os fabricantes falam de forma confiante em actualizações ao nosso sistema operativo, a extensão do software da vida. Imaginemos então por quantas linhas de código somos compostos, com a certeza de que o programador original já abandonou as funções, sem deixar a documentação necessária para uma perceção integral do sistema. Apesar do brilhantismo dos que vieram depois existirá sempre a possibilidade de geração de bugs e causar de efeitos adversos. Normalmente na construção de software uma falha é algo reversível, com a reposição da versão anterior que garantidamente funcionava. Neste caso isso não será possível. Se algo correr mal no máximo poderá ser feita uma nova actualização que ela mesma poderá gerar novos bugs e assim sucessivamente. Este é o risco destas “vacinas”.

Medicação de prevenção, tratamento e recobro

Estranhamente somos bombardeados com narrativas que visam construir uma absoluta esperança/confiança na vacinação, que nos é vendida como a única via para o controlo da COVID19. Desde o início da pandemia, em Março de 2020, que vários médicos defendiam a exploração de vias alternativas. Hoje, um ano depois, muitos ensaios foram realizados por quem está na linha da frente, com resultados promissores na diminuição significativa da necessidade de assistência hospitalar. Não sendo os únicos destaco Vitamina C, Vitamina D e Ivermectina,

Para justificar a não adoção destas profilaxias e/ou suplementação é alegada a falta de evidência científica, não existem ensaios clínicos que comprovem que são eficazes na prevenção, tratamento e/ou recobro de COVID19. É verdade, não existem porque a maioria são drogas/medicamentos que já perderam o período de vigência da sua patente, não existindo laboratórios “donos” do produto, disponíveis para investir num estudo caro que possa aumentar as vendas e os seus lucros. O que existe ao momento são evidências observacionais, resultados da sua aplicação em dezenas de milhares de casos, por médicos que recusam baixar os braços na busca ativa de soluções com os meios disponíveis.

Imunidade de grupo

A grande meta é atingir mais de 70% de imunidade de grupo o mais rápido possível. A “vacina” é o veículo necessário para aceleração dessa corrida. Será? Nos USA estima-se que os Hamish, que acabaram por ignorar as recomendações e manter o seu estilo de vida, que inclui cerimónias de grupo, já atingiram a imunidade de grupo, na restante população não vacinada existe de momento uma taxa de 20% de imunidade de grupo, o que poderá ser indicador de que o nosso organismo está preparado para lidar e resolver esta ameaça caso com ela tenha contacto.

Qual a sensatez possível?

Antes de mais ter a capacidade de conseguir um distanciamento emocional para interpretar os dados estatísticos e aceitar as conclusões que eles nos dão. Apesar de claro problema na capacidade de resposta hospitalar a gravidade da situação “pandémica” é muito menos alarmante do que a construída pela narrativa mediática diária. Se igual tratamento mediático fosse dado à gripe comum já teríamos fechado o mundo muito mais vezes no passado.

Ponderar muito bem qual o benefício vs risco de uma eventual vacinação. Somos grupo de risco em termos de faixa etária e/ou comorbidade? Estamos aterrorizados ao ponto de estarmos disponíveis para fazer parte do ensaio clínico em curso para “vacinas” mRNA? Ou, caso a vacinação seja vantajosa para a nossa situação individual, será preferível jogar pelo seguro preferindo uma vacina mais tradicional como a da Astrazeneca?

Não fazendo parte de um grupo de risco não fará mais sentido ficarmo-nos pela profilaxia e suplementação combinada dos medicamentos e vitaminas que estão a mostrar até 85% de eficácia na redução de necessidade de hospitalização por COVID19?

Por fim, estando confiantes no nosso sistema imunitário e na normal relação com o nosso ambiente microscópico até o simples manter ou reforçar de hábitos saudáveis pode ser suficiente desde que não sucumbamos aos efeitos devastadores do stress e medo capazes por si só de indução dos sintomas que tanto tememos.

Sejamos recetivos para com a informação credível que não é disponibilizada nos canais de fácil acesso, tolerantes para aqueles que tomam opções informadas e conscientes, dando o benefício da dúvida com a certeza de que não o estão a fazer por egoísmo nem desrespeito aos demais. Não o aceitar é exatamente exercer esse egoísmo e afrontar a liberdade e saúde individual. Se cada um fizer o que considera acertado para si e para os outros então todos beneficiaremos do efeito placebo.

Testoloto

Testes Polymerase Chain Reaction (PCR)
Tentativa de uma explicação descomplexificada.

Inventado por Kary Mullis, falecido em Agosto de 2019.
O próprio declarou com veemência que não deveriam ser utilizados como testes de diagnóstico, são sinalizadores que devem ser complementados com análises clínicas para fins de diagnóstico. No máximo poderiam ser usados, com reserva, para antecipar diagnóstico em pacientes que apresentassem manifestação aguda dos sintomas característicos de uma determinada doença.

Este tipo de teste é um amplificador de sequências de DNA, baseado em ciclos de duplicação contínua, com crescimento exponencial. No primeiro ciclo a amostra de sequência DNA recolhida é duplicada, no segundo ciclo as duas são duplicadas, no terceiro as quatro são duplicadas e assim sucessivamente. Ao 30º ciclo a sequência de DNA terá resultado em mil milhões de cópias do segmento inicial.

No início de 2020 a sua aplicação ao cenário pandémico determinou que seria aceite como um diagnóstico positivo, infecção por COVID19, a presença de uma partícula (sequência genética ou RNA), considerada como sendo um marcador de identificação do vírus, num máximo de ciclos variável entre 35 e 40 (dependeu dos países). Infelizmente não ficou salvaguardado que na entrega de um resultado positivo fosse feita a indicação do ciclo em que foi sinalizada a “infecção”.

O resultado prático é um grande número de falsos positivos, estima-se entre 30% a 70%, marcando pessoas saudáveis como foco de contágio assintomático. Numa aproximação conservadora, jogando pelo seguro, isto faz sentido. No entanto desde o início que a ciência sabe que neste teste o número de ciclos tem grande influência na real probabilidade de existência de carga viral suficiente para representar uma infecção. Quanto menor o ciclo em que é detetado maior a carga viral. Resultados além do ciclo 25 são considerados pouco fiáveis.

Para o agravar o vírus ainda está por isolar, o código genético da partícula considerada para o sinalizar poderá ser originado noutras fontes de carga genética, incluindo fragmentos do genoma humano.

Em Novembro do ano passado um mundialmente citado Proc. 1783/20.7T8PDL.L1 do Tribunal da Relação de Lisboa usa esses mesmos argumentos para declarar ilegal o confinamento imposto a quatro turistas alemães com base em testes PCR.

A OMS cometeu um lapso que permitiu que os resultados fossem colectados com grande margem de erro, sem refinamento estatístico, pelo menos partilhado publicamente, que permitisse melhor avaliação da situação pandémica com base nos intervalos de ciclos onde ocorrem resultados positivos. Com isso chegámos a números de “infectados” que justificaram a classificação de uma pandemia mundial, activando-se os mecanismos que vinculam os ministérios da saúde de muitos países ao cumprimento do protocolo estabelecido pela OMS para esse cenário.

Desde o início que a ciência alertou para o potencial pânico induzido com base em falsas conclusões. Passou um ano. Em Dezembro do ano passado a OMS reescreve as suas orientações para que os testes apenas executem 25 a 30 ciclos. Na Florida vão mais longe e passam a exigir que os resultados indiquem o ciclo em que foi declarado o positivo. A 11 de Janeiro Portugal emite o Despacho n.º 331/2021 que define o número máximo de ciclos como 25.

Todos nos lembramos do momento em Trump disse que para acabar com o alarmismo da pandemia deveriam diminuir os testes. Rimos num misto de choque e espanto. Em 25 de Janeiro Portugal fazia mais de 60 mil testes diários (20% taxa positivos), indicando que testar era a estratégia para vencer a pandemia. Ao dia de hoje estão a ser feitos pouco mais de 20 mil testes diários (2% taxa de positivos).

Como melhorar isto?
Exigir que nos resultados entregues e na análise estatística seja considerado o número do ciclo em que foi declarada a positividade, perceber a relação entre esses números, aqueles que vão parar a UCI e os que apenas ficam confinados em casa sem sintomas, ir refinando o número máximo de ciclos até tornar o teste mais fiável e útil para um controlo mais focado da disseminação do COVID19.

NOTA FINAL: No passado a declaração de uma pandemia obrigava a uma relação entre número de países afetados, volume do contágio, velocidade de propagação e taxa de mortalidade causada pela doença. O termo foi sendo sucessivamente refinado até que a partir de 2011 basta que uma doença seja identificada (só casos activos) de forma significativa em vários países para que a OMS possa emitir um aviso de pandemia (independentemente de outros factores, fica ao seu critério essa subjectividade).

Marcas de segurança

O medo ganha poder, sendo usado não só para controlo comportamental da população como para exercer influência na alta esfera da geopolítica. Eu tive medo, muito, ao ouvir a recente declaração de António Guterres. Nela é feito um alerta aos países desenvolvidos de que caso não partilhem vacinas com os países em desenvolvimento estes se tornarão ameaçadoras incubadoras de mutações virais, inevitavelmente irão gerar um novo vírus, para os quais as vacinas podem ser potencialmente ineficazes, que rapidamente chegará aos países desenvolvidos para nova época de terror pandémico.

Este é um discurso de medo, usado como lobby por uma suposta boa causa, que rapidamente pode ser aplicado a todas as frentes, inclusive a relativa aos que ativamente não querem ser vacinados. Por agora o parlamento europeu defende a liberdade individual relativa a este tema. Mas se o nosso corpo passar a ser considerado como território perigoso, potencial incubador do próximo inimigo mortal da humanidade, negar a vacinação rapidamente poderá vir a ser considerado um ato de terrorismo biológico.

Esse fenómeno, de marcar como “os outros”, “os inimigos da sociedade”, já está em curso através de simbologia invertida. Enquanto que no passado foram usados símbolos para marcar os “impuros” agora é a “pureza” que é medida pelo uso de máscaras, de gel desinfetante e pela vacinação voluntária. Quem não usar um, ou todos, destes símbolos claramente não é “dos nossos”, sendo progressivamente visto como uma ameaça irresponsável à saúde coletiva.

Amedronto-me pois tenho presente que ao longo da história a nossa espécie sempre foi cruel e injusta para com aqueles que têm o infortúnio de ser rotulados de ameaça. É um caminho colectivo muito mais fácil do que por exemplo reflectir nos próprios hábitos e comportamentos individuais.

Ironicamente estão a criar-se condições para ostracizar aqueles que se informam ao ponto de contestar aspectos da ciência médica e a forma como tem sido feita a narrativa desta pandemia, que advogam um estilo de vida natural, consciente e preventivo, ao invés de se resignarem a uma entrega de bandeja nos abraços clínico-farmacêuticos.

Será um choque violento que sem dúvida irá definir a próxima era da nossa humanidade.

O facilmente projectável é que a progressão para uma desejada vacinação da totalidade da humanidade seja feita de forma pautada mas firme. A situação atingiu uma dimensão demasiado grande para reconhecimento de qualquer erro. Será quase inevitável a criação de um mundo de acesso restrito aos que ostentem a marca de segurança COVID Free. O desafio será conciliá-lo com um mundo paralelo, para os que ousem pensar e viver à margem da distopia pandémica. Não o garantir será criar o caos.

Tribalismo viral

Tenho dado conta de que com o passar dos dias o confinamento tem resultado em cada vez maior refinamento ideológico.

Depois das eleições assistimos nas redes sociais à abertura da caça ao facho, em que vários foram os convites públicos de desamigamento Facebookiano voluntário, endereçado a quem tenha ousado votar no Chega, culminando num pedido formal de ilegalização de um partido “com ideias perigosas”, por parte de uma candidata vencida que o tinha prometido caso fosse eleita.

Patriotas, activistas, defensores da liberdade lusa, não hesitam em censurar e oprimir uma força política diametralmente oposta. #$%&%! Não fosse o confinamento era certinha uma guerra civil para limpeza ideológica!

Que tristeza considerar que o perigo está na expressão de certas ideias. Que desconsideração pela liberdade em ser bronco. Ser bronco não é fácil nos dias de hoje, deu muito trabalho passar por um sistema de educação, conseguir a inserção num mercado de trabalho, integrar a adoção de um modelo de sociedade onde a realização pessoal assenta no consumismo, voyeurismo e narcisismo egocêntrico. Foram anos de participação num projecto político e económico, construído por forças ideológicas benevolentes, resultante num grande número de mártires sociais amparados por suporte de vida em contínuo. Como poderá esta fórmula de sucesso ter resultado num terreno fértil para implantação de um egóico, divisionário, discurso de ódio?

E se a sociedade portuguesa decidir usar a democracia para valorizar forças normalmente associadas à sua destruição? Não será mais vantajoso à sociedade saber com o que conta? Dar expressão parlamentar ao que é o sentimento de parte significativa dos eleitores? Não seria mais perigosa a insurgência inesperada de força clandestina crescente por impedimento preventivo da sua representatividade política? Não seria anti-democrático, ou pior, uma maquilhagem da sociedade real, aplicar limitações aos possíveis resultados nefastos de uma plena democracia?

Renegar os que desesperaram é atitude fraternal? Desrespeitar os resultados eleitorais não é coisa de facho? Findar o diálogo por pura cegueira ideológica não é coisa de bronco? Temer ideologias é demonstrar fraqueza, uma descrença absoluta nos valores e ideais opostos, como se não houvessem argumentos cabais capazes de desconstruir populimos oportunistas.

O distanciamento social está a quebrar a sociedade. Da deriva num oceano de gente, em constante troca de ideias e experiências, fomos amedrontados, acossados, reduzindo a navegação aos que nos são mais próximos, alguns chegando mesmo ao pleno isolamento em naufrágio individual. Por força das circunstâncias a nossa tribo foi reduzida, com isso prejudicando a nossa tolerância, sabedoria e ponderação. A abertura de horizontes tem sido tentada no mundo online, aumentando os que são reféns de algoritmos ilusórios, criadores da ideia de que o “meu” sentimento é o sentimento de uma maioria pujante, dando força e alento para rugir, censurar, obliterar de forma ameaçadora sem ter noção da fragilidade dos seus alicerces.

Sei que pareço um ladrão facho…

Mas há muitos que eu conheço

Que não parecendo o que são,

São aquilo que eu pareço

Adaptação do original de António Aleixo (sem facho e sem rasura)

Bem aventuradas eleições!

Parece que sim, a lei é para cumprir, depois de uns gratificantes Natal e Ano Novo vamos lá celebrar neste Domingo a festa da democracia!

Suis generis campanhas presidenciais em que todos os candidatos foram nivelados pela mínima mobilidade comum. Ponto alto, como não se via há muito tempo, foram os duelos televisionados. Figuras centrais foram Marcelo Rebelo de Sousa, desafiado e confrontado por todos, e André Ventura, o agitador inconveniente.

Foi através de André Ventura que todos foram postos à prova e os portugueses assistiram-no atentamente, divididos por um conflito interno entre o desprezo e o fascínio. Através dele vimos como João Ferreira alternava entre o vendedor e a enguia da lota, assistimos à corrupção do poder, antes mesmo do assumir do poder, com Marisa Matias a jurar que jamais daria posse a um governo apoiado pelo Chega e Ana Gomes a prometer que a primeira coisa que faria seria tentar ilegalizar o Chega, já Marcelo foi levado ao limite, irritando-se em várias insinuações, acabando por justificar a opção política relativa à pena de morte como um grande ato de fé… Ventura conseguiu que todos saíssem do seu pedestal de suposta superioridade ética, política e moral, apesar de no início ter sido um corpo estranho rapidamente passou a ser muleta dos moderadores, apoiando-se em si para ousarem ir mais longe na exploração de temas polémicos junto dos mais consagrados. Por estas revelações inesperadas em situações limite, de carácter e ideológicas, há que mostrar algum agradecimento à impertinência deste recém-chegado diabrete.

Tiago Myan foi a kryptonita de Ventura, por não ter ainda um passado que possa ser explorado, por ter ideias tão disruptoras, face aos modelos económico-sociais habitualmente propostos, que não permitem aos políticos tradicionais defini-los exatamente como extrema-esquerda ou extrema-direita como tanto desejariam. Foi como assistir a agentes da distopia vigente a acusá-lo de ser sonhador de uma utopia que na verdade tem como fim garantir o mesmo desenvolvimento económico e igualdade de condições defendido, e até ver inatingível, pelos primeiros, mesmo depois de décadas de governação ao seu grande estilo.

Vitorino Silva fez-me lembrar um pobre poeta de lugares comuns que não atrapalham nem acrescentam, um queimar desnecessário de tempo precioso com a sua pessoa que aqui não irei replicar.

Depois de um espaço televisivo em que todos conseguiram articular algumas das suas ideias de forma moderada e racional, chegou o período de campanha. Libertos de Ventura a maioria dos restantes puderam recuperar a sua popular elevação e estima, à parte de Mayan e Vitorino que se mantiveram iguais a si próprios. Já Ventura, liberto da presença dos seus adversários regrediu para os seus discursos sectários, punchlines carregadas de Mal para atrair os portugueses do Bem. Escorregando num estranho episódio em que tão ilustre benfiquista comete a gaffe de se revelar ser na verdade um anti-vermelho.

Não tenho ainda reunidas as sete bolas de cristal pelo que deixarei o meu desejo de futuro materializado no singular ato de votar. Com todas as medidas necessárias, como se fosse comprar produtos de mercearia neste novo normal.

Boa compra! (o primeiro item não vale a pena que está esgotado)

2020 – O Reset

Este foi sem margem para dúvidas o ano de arranque da refundação da nossa sociedade e economia. A engrenagem parou de forma voluntária, supostamente doesse a quem doesse, apesar de acabar sempre por doer mais a uns do que a outros, sectores e investimentos completamente arrasados, coletes salva-vida apetrechados, numa espiral descendente de troca de direitos e liberdades fundamentais, tudo por uma prometida/ilusória preservação individual e coletiva.

Apesar do alívio de uma vindoura e progressiva salvação vaciNacional este rolo compressor de pânico ainda não terminou. A primeira metade de 2021 continuará com as ondas de choque pandémicas antes do momento de refundação sócio-económica.

Que exigente será 2021 para cada um de nós! Quão difícil será manter a sagacidade, encontrar a informação fidedigna e isenta de quaisquer interesses. 2020 foi o ano em que descaradamente ficou evidente a manipulação instrumentalizada por canais “informativos”, a filtragem delineada por ferramentas sociais, numa pretensa boa acção na ótica da defesa do bem estar comum, da proteção dos cidadãos da sua suposta imbecilidade e vulnerabilidade às sofisticadas “fake news”. Vivemos um longo período de perfeitamente seguras “right news” que garantiram confinamentos a larga escala sem contestação de relevo.

Para trás ficam outros factos, outros entendimentos, outra informação sobre saúde. Não são necessários, já temos vacina, poderemos tê-la todos os anos em resposta a novas estirpes, acima de tudo poderemos facilmente criar mecanismos para proteger os bons cidadãos dos mais incautos.

E assim começou o grande Reset. O momento em que se definirá o futuro. Este será baseado em acefalia crente nas narrativas de entidades “de confiança” ou na irreverência intelectual dos que ousam questionar a solução imediata, requerendo confrontação de factos e projecções. Apesar da clara vantagem da primeira creio que a segunda se tem vindo a fortalecer, podendo vir a afirmar-se de forma inesperada na hora H.

Uníssona será apenas a celebração de hoje. Brindemos por um novo e melhor ano! Que vença a facção mais acertada e produtiva para a construção de uma melhor humanidade.

Updating…

Tipicamente, um dos mais entediantes e banais momentos dos nossos dias começa naquele instante em que o nosso computador, tablet ou telemóvel nos diz que necessita de uma actualização. Defraudados no nosso ímpeto de acesso, desapontados com esta faceta menos simpática da tecnologia, anuímos ao aborrecimento em troca da alegada melhoria, seja desempenho, segurança ou correcção de anomalia entretanto descoberta. Evolução a cada actualização, o equipamento torna-se mais rápido, mais capaz e seguro, mas não lhe é acrescentado valor, tão só uma sucessiva (nunca acabada) supressão de defeitos e fragilidades, desejavelmente ao ritmo que são detectadas, mas em rigor apenas e só à medida que a implementação se torna economicamente viável.

Ora, não obstante o nosso empenho em actualizar sistemas operativos, antivírus e firewalls, os nossos equipamentos nunca estarão 100% imunes. Por exemplo, neste preciso momento, a sua máquina pode já estar contaminada com um vírus “ainda sem nome”, cuja acção é imperceptível. Não sendo conhecido à data, não significa que não existe, apenas não foi detectado. Tão pouco se saberá como se transmite, consequentemente a forma como ocorreu o contágio. Terá entrado num email, numa actualização de um programa gratuito ou terá sido naquele site apagado do histórico de navegação?

Este mesmo vírus, sendo aparentemente inofensivo para a sua máquina, poderá criar problemas complicados, quiçá fatais, a equipamentos mais antigos ou frágeis, situações em que a derradeira falha será diagnosticada como o natural e expectável fim de ciclo de vida.

Contudo, o vírus “ainda sem nome” poderá entretanto manifestar-se num importante servidor central de uma qualquer organização relevante, dotada de poderosos recursos técnicos e para a qual possa constituir ameaça real. Nesse mesmo dia, o vírus será baptizado e classificado como “Novo”. Dias, senão horas depois, a sua definição constará de todos os antivírus deste mundo e consequentemente terá início uma vertiginosa contagem de infectados. Face ao aparente ritmo de contágio, assustados ou explorando uma oportunidade de negócio (qual bug do milénio), talvez seja declarada pandemia…

Lições Confinadas

Os telejornais voltam a dar prime time aos crimes, ao futebol, aos escândalos popularuchos, é um bom sinal, de retoma da anormalidade pré-pandémica.

Foram largos dias de isolamento social, propícios ao cultivar de pensamentos por aqueles que conseguem escapar aos grilhões dos media e sua fábrica de realidade desejada.

No decorrer desse processo passei por estas estações de raciocínio.

Dissonância Imunitária

Os maiores grupos de risco padecem de más condições de saúde, associadas a continuados maus hábitos de vida ao longo de décadas. Estima-se que milhões de Portugueses compõem estes grupos de risco.

A solução não tem passado por promoção da correcção de hábitos de vida, sobretudo alimentares, mas sim por uma promessa de vacina que possibilitará que tudo volte ao normal, o retomar de uma voracidade egocêntrica que mina corpo e planeta. Estão dispostos a sequestrar Portugal até que a vacina obrigatória seja aplicada a nível mundial. Revelam-se autênticas bestas mediáticas no domínio das redes sociais

Na ponta oposta existe população Portuguesa, consciente do seu impacto no mundo e do que é cuidar do seu corpo, de forma natural e saudável. São pessoas estranhas que não entram em histeria colectiva, confiam no seu sistema imunitário e não temem as circunstâncias da vida. Acham ridículo que o medo de um inimigo invisível se sobreponha à alegria de um mundo palpável. Desligaram TV, cumprem ao mínimo as medidas impostas, apenas para não alarmar em demasia os demais. Não se dá por eles a não ser talvez no bronze, sorriso despreocupado e brilho nos olhos.

Estes dois grupos chocaram em conversas informais, a nível social ou familiar, podendo muito bem ter-se definido um novo tema fracturante muito mais poderoso do que a discussão de futebol, religião ou política.

O Despertar da Animália

A maioria de nós fará vida num raio de dezenas de kilómetros, percorridos de viatura própria ou transportes. Neste momento a maioria passou semanas no seu reduto de poucos m2. A neura está instalada. Anseia-se por esticar as pernas, sol, ar, liberdade.

Ao mesmo tempo que animais silvestres invadiram espaços urbanos, fazendo uso da oportunidade proporcionada pelo confinamento humano, outros animais “selvagens” continuam confinados nos zoos urbanos. Animais que no seu habitat natural percorrem centenas ou milhares de km pelos seus próprios meios, em espaços amplos e serenos.

Será esta uma oportunidade para que o animal humano sinta empatia para com os animais que aprisiona? Far-se-á um click de conexão sempre que passe a observar um animal enclausurado para divertimento ou exploração humana? Ou continuará a considerar que a liberdade é um direito reservado à divina espécie humana?

Anti-Especialíssimos

Para um leitor atento, que se sirva várias fontes de informação, que tenha acompanhado a situação nacional e internacional, é claro que a governação e comunidade científica patinaram em muitos aspectos, focando-se em fazer algo rápido e vistoso em detrimento de entendimento detalhado da situação e tomada de decisões ponderadas.

Existem prémios nobel a favor e contra o confinamento e reclusão social, existem países que fecharam a economia, países que não fecharam e países ainda perdidos no meio, estatísticas a serem interpretadas e comunicadas pelo prisma que mais corrobore as opções tomadas.

O motor de todas as decisões são especialistas, parece que cada governo tem os seus e que podem ter conclusões muito distintas, algo estranho para exercício de ciência.

O mundo não pode estar na mão de um punhado de “especialistas” nomeados, o mundo deve aproveitar o oceano de especialistas existente, fornecer-lhes a informação necessária, promover discussão e deliberação como uma consciência colectiva. Não pode haver um, dez ou vinte, haverão centenas ou milhares só em Portugal, gente de laboratório, gente académica e gente de terreno. Será um desafio para o futuro auscultar este saber distribuído e não confiar meramente em especialíssimos especialistas.

Isto não quer necessariamente dizer que se chegue a consenso e definição de uma única rota, que bom seria ter um mapa de múltiplas rotas, cada uma das quais indicada como a mais curta, a mais rápida, a mais económica, etc.

Desmascarar

Tendo em conta o atabalhoamento e pressa não posso deixar de sentir que o uso coercivo de máscaras e desinfectantes made in portugal são uma forma elegante de compensar um pouco a economia, se consumirmos muito esses consumíveis pode ser que aqueles que se adaptaram consigam prosperar e manter empregos até isto se ajeitar.

Quando os analistas de fundo fizerem o seu trabalho, reavaliarem taxa de mortalidade e perigosidade do vírus, desempenho dos países que confinaram vs os que mantiveram actividade, custos económicos e de vidas das opções tomadas, veremos se caiem as máscaras aos nossos especialistas e a todos os que cegamente seguiram as directrizes do terror.