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Alerta de Pompa Nuclear

Em plena ameaça virulenta, potencial de terceira guerra mundial iniciada a leste, ou oriente, crise energética em construção e angústia face a inevitabilidade do catastrofismo climático eis que, do nada, assistimos a um revivalismo atômico.

É este o poder do medo e do stress. Quando aparentemente estamos face a face com um mal cruel e hediondo, eis que qualquer mal menor nos parece uma sensata solução paladina. O importante é que a culpa, das decisões políticas nacionais, sejam atribuídas a uma conveniente besta estrangeira.

Começam a pedir para gerir bem o consumo energético, na iluminação, na água quente, na climatização, etc. Não apenas nos países directamente afectados, com dependência de energia russa, mas, por uma terna solidariedade, em todos os países da União Europeia, ao estilo de cadeia de queda em dominó.

Se já este Inverno aparenta vir a ser uma tribulação energética, que dizer do crescimento projectado e necessário para dar resposta a crescente automação, computação e transformação do sector dos transportes? Uma vez que a produção da verdadeira energia verde renovável (solar, eólica e maremotriz) carece de maturação, que soluções existem no curto prazo para garantir o abastecimento necessário? Manter centrais a carvão, gás e combustível? Atrasar alguns avanços tecnológicos? Impor confinamentos climáticos e controlo de geração individual de CO2?

Tudo está em aberto. Pelo sim, pelo não, abramos também a porta de mais uma fonte de radiaçãoenergia verde com o retorno da amigável, grandiosa e com renovada identidade de género, a espampanante energia nuclear!

Esqueçamos Chernobyl, Fukushima e outros, o desconforto criado na vizinhança, o facto de cada central ser também um potencial alvo militar, as vicissitudes e lixos desta tecnologia. Se nos vier à memória qualquer um desses temas, respiremos fundo, olhemos um pouco para a grande besta, apagões e/ou conta de electricidade por ela congeminada, já mais serenos façamos a nossa parte, aceitemos incondicionalmente o mal menor em prol do bem comum, mais uma vez sem nada questionar.

Se tudo correr bem em breve habitaremos cidades protegidas e funcionais, pelo bem do planeta, ligados à “Natureza” somente através dos vídeos inspiradores que passarão em gigantescos ecrãs ou serão transmitidos directamente para o nosso cérebro num maravilhoso misto entre realidade e metaverso que será muito mais do que suficiente.