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Soltura dos Coelhões!

Mais um ano passou, é chegada a altura do coelho sair da toca. Existe no entanto algum receio de que este possa estar contaminado com zoonose perigosa, pelo que ainda se avalia se será recebido a foguetes de celebração ou a tiros de exterminação.

Mas chega de futurologia. Centremo-nos por agora naquele que foi o nosso passado recente.

NOTA: este post resulta de uma compilação do que de mais significativo se passou relativamente à gestão pandémica. Para mais detalhes e resumos semanais deve ser seguido o nosso canal telegram https://t.me/aoleme

Em Portugal

O ano começou com a aplicação em barda das doses de reforço, que chegaram às 6 milhões, centenas de milhares de testes diários e mais de meio milhão de pessoas em isolamento profilático. Apesar do cenário pandémico, as eleições foram consideradas o mais importante, com o direito de voto a sobrepor-se às medidas de prevenção.

Progressivamente, até meados do ano, foram abandonadas praticamente todas as medidas e restrições, o que muito agradou ao país, apesar de desagradar a alguns especialistas. Para os colocar no lugar, o nosso querido Marcelo faz questão de relembrar que as decisões a respeitar são as do poder político, não o opinanço dos especialistas. Em Maio, apesar da alta taxa de vacinação estavamos na frente do pelotão de casos activos. Em Setembro considera-se que a maioria da população tem anticorpos activos e que por isso podemos estar mais descansados. Em Outubro dados do Infarmed indicam que foram registados 38.000 casos de reacções adversas à vacina. Tendo em conta que apenas 1% a 10% dos casos são reportados, podemos de forma grosseira multiplicar no mínimo por 10 este número. Em início de Dezembro a DGS recomenda a vacinação de crianças dos 5 aos 11 anos para logo na semana seguinte alertar para possíveis sintomas de miocardite e pericardite em crianças, até 14 dias depois da toma, pedindo também para espaçar com toma de outras vacinas já que não se conhece ainda a interacção entre elas. As urgências ao longo do ano tem estado assoberbadas, agravando-se no final do ano com especial incidência nas camadas jovens.

Em Abril começou a notar-se uma tendência anormal de mortalidade excessiva, reforçada em Maio, justificada pelo calor em Julho, mais escrutinada em Agosto, voltando a referir-se os números diários muito anormais em Dezembro. Ou seja, estamos a falecer bastante, até 40% acima da média, não se sabe bem porquê mas também não é muito importante, sobretudo se não se der destaque a isso, não vão as pessoas começar a usar a cabeça para tentar perceber que causas potenciais poderão afectar a maioria da população.

Em Maio foi publicado o documento resultante do Anteprojecto de Lei de Protecção em Emergência de Saúde Pública, que basicamente procura agilizar e legitimar a adopção de algumas medidas de emergência sanitária, que hoje atropelam direitos constitucionais. Em Julho o Tribunal Constitucional conclui que foram declaradas quarentenas e confinamentos de forma inconstitucional. Eis que em Novembro a revisão da constituição é repescada para a ribalta, com enfoque também na actuação em emergência sanitária. Mais ou menos na mesma altura em que são anuladas as multas, passadas pela ASAE, por não conformidade com regras decretadas durante a pandemia. Em Dezembro Marta Temido, que atravessou toda a gestão pandémica, é nomeada para vice-presidente da comissão de eventual revisão constitucional.

A Nível Internacional

Tal como em Portugal o ano começou intenso, ocorrendo um progressivo desagravar das medidas e restrições em vigor, até meados do ano. Velocidades diferentes em cada país e continente, convergindo no sentido de deixar de ser uma preocupação urgente. Vários países passaram inclusive a desaconselhar a toma de vacinas a várias faixas etárias.

Ocorreram ao longo do ano manifestações significativas (Alemanha, Reino Unido, Áustria, Bélgica, Austrália, Canadá, etc) por saturação para com medidas restritivas, recusa ao uso de certificado digital e à possibilidade de decreto de vacinação obrigatória (sectorial e/ou total). Na Áustria a lei de vacinação obrigatória esteve em vigor menos de um mês sem qualquer impacto no aumento das taxas de vacinação. Na Nova Zelândia foi considerada ilegal. Parte significativa do pessoal da área de saúde recusa também a toma das vacinas, apesar da coação e ameaça de despedimento.

Apesar do incentivo à vacinação continuada, as doses de reforço acabaram por deixar de ter tanta procura com centenas de milhões a terem de ser destruídas a nível mundial, por falta de adopção pela população. Estranhamente países com baixa taxa de vacinação, como Nigéria e Ucrânia, não são assolados por picos de infecção nem de mortandade. Nesta última, devido a condições impostas pela guerra, esperava-se uma catástrofe epidémica que felizmente não se verificou.

Autoridades de vários países, até a própria OMS, adoptam narrativas que estigmatizam e demonizam os que se opõem a medidas restritivas da liberdade e não aceitam imposição de testes e vacinação sobre si, rotulando-os de anti-vaxxers, termo que colam a extrema-direita, radicais, terroristas, etc. Além de declarações públicas é feito o cancelamento digital com anulação de contas em várias plataformas e/ou censura de conteúdos. Estes grupos estimam de forma científica e estatística que existem já dezenas de milhões de mortos devido a vacinas.

Em Outubro Presidente da Pfizer não comparece em audiência requerida por Comité do Parlamento Europeu. A representante por si enviada pouco desenvolveu nas respostas às questões colocadas, mesmo assim foram dados sinais preocupantes da forma como foi conduzido o processo de desenvolvimento, aprovação e contratação das vacinas. Por exemplo foi assumido que não se testou se a vacina funcionaria como meio de paragem da transmissão e não se explica como as vacinas foram investigadas e desenvolvidas antes do surgimento do vírus.

OMS criou este ano um comité para rever e optimizar procedimentos a aplicar em futuras pandemias. Esperam reestruturar e criar um guião de resposta internacional coesa que possa ser aplicada já em 2024.

Tal como em Portugal a mortalidade excessiva é um flagelo que está a atingir várias partes do mundo como USA, Alemanha, Austrália, Reino Unido, etc, sendo o síndrome de morte súbita, que engloba todas as mortes repentinas sem explicação causística, apontado como o principal responsável.

Neste momento a anulação da política Zero Casos praticada pela China, tão criticada pelo Ocidente, aparenta ter despoletado um descontrolo de novos casos, hospitalizações e óbitos naquela nação. O que deixa o mundo algo apreensivo devido ao simbolismo de ali, em 2019, mais ou menos na mesma altura, assim se ter iniciado a pandemia. Passados quase três anos ainda não existe um alinhamento sobre o que fazer relativamente a voos oriundos da China. Ou seja, no virar de ano somos assombrados pelo fantasma da repetição de tudo o que esquecemos nos últimos 6 meses.

Além de tudo isto em Fevereiro inicia-se a invasão Russa da Ucrânia, que perdura até hoje, sendo a grande influenciadora da disrupção energética e financeira mundial, sobretudo a nível europeu. Projecta-se que o real impacto dos efeitos colaterais desta guerra só serão sentidos em 2023.


A importância deste balanço é o tomar consciência de que, infelizmente, este é um tema que vai estar presente em 2023, ao contrário da promoção de uma apaziguadora amnistia, temos a obrigação moral de buscar o pleno entendimento de tudo o que foi decidido, como o foi, e suas repercussões futuras.

De 2020 a 2022 descobrimos que grande parte do mundo está disposta a atropelar direitos de soberania individual, impondo a adopção de actos médicos ineficazes e/ou experimentais, sob pena de discriminação legitimada ou mesmo criminalização a quem se recuse a fazê-lo. Para uma minoria foi um choque perceber isto, que existe uma ténue linha a servir de fronteira entre a sã convivência e uma tirania totalitária. Depois do choque inicial nada mais há a fazer do que encarar o acontecimento como um estímulo à transformação pessoal e colectiva, que permita criar as ferramentas capazes de travar, de forma mais salutar e eficaz, as futuras tentativas de abusos similares.

2023 será seguramente um ano complexo durante a primeira metade. Esperemos que a segunda metade seja auspiciosa e o verdadeiro virar de página de um dos períodos mais deprimentes da nossa geração.

Inspiração

A Greta já chegou, velejou através do Atlântico e só por isso já merece a minha simpatia (bem, na verdade é inveja…). Dá o exemplo enquanto luta pelo planeta, é de louvar! Está contudo refém da causa, cativa da emergência ambiental. Não duvido das suas convicções, mas não ignoro que é um produto mediático. Fizeram dela o símbolo da revolta da geração que herdará as consequências dos desmandos e da ganância do bicho homem. Aparentemente, foi esta a missão que escolheu.

Desembarcou, ruma à cimeira. Está apenas de passagem, mas a expectativa gerada é gigantesca. Perspectiva-se uma grande cobertura jornalística, intensa e detalhada, mas não obstante o alvoroço, arrisca-se a ser a primeira criatura à face do planeta a quem será negada a selfie com Rebelo de Sousa. Marcelo, prudente, repudia qualquer dividendo político que possa advir deste filme. Os ídolos, caídos em desgraça, arrastam consigo todos que com eles partilharam a ribalta e o nosso perspicaz Presidente sabe disso.

A pequena Thunberg está e estará sob severo escrutínio, o mais pequeno erro, a mais pequena distracção facilmente deitarão por terra toda a imagem. Basta um simples papel para o chão, um bife com batatas fritas ou qualquer outro mundano deslize para que caia com estrondo do altar da moral onde a colocaram. A sua vida arrisca transformar-se num clássico, qual remake de “Inspiração”, o filme de 1931, protagonizado por Greta Garbo e Robert Montgomery, um melodrama que relata a vida de Yvonne, a mulher objecto que renuncia à felicidade por amor a André. Let’s look at the trailer…

A Cura

Prevenir é geralmente o melhor remédio. A assertividade da sabedoria popular é virtude da experiência feita. Mas nem sempre o saber empírico é devidamente valorizado. Por vezes, os bons exemplos, os casos de sucesso são mal-amados, desprezados e até inexplicavelmente criticados.

Quando por exemplo o governo aprovou alterações à legislação sobre o álcool, houve logo quem o acusasse de não apostar na prevenção, limitando-se a proibir. Que injustiça! Então não se está mesmo a ver que a proibição é a melhor forma de prevenção? Só quem nunca foi jovem poderá pensar o contrário. O mesmo acontece com a ilustração dos maços de tabaco com imagens tenebrosas. É brilhante! Nunca mais algum cigarro será fumado.

Creio até que poderíamos alargar o método a outros maus hábitos. Poderíamos por exemplo ilustrar as embalagens de fast-food com imagens de obesidade mórbida e slogans simples e directos como “ninguém quer namorar com badochas”. Prevenção, pois então! Poderíamos ainda proibir a venda de qualquer produto com açúcar sem um rótulo preventivo, devidamente ilustrado com imagens em alta resolução de cáries, e com o correspondente aviso: “o açúcar vicia tanto como a cocaína“. Mas não, não podemos, há sempre quem se oponha à prevenção. Daí as terapias dos últimos anos…

Não é fácil gerir o futuro de uma população tão exigente, tão difícil de agradar. Que o diga o biografado do momento. Tantas vezes acusado de falta de experiência, de “carreirismo J”, mas desta feita e por uma vez fala com conhecimento de causa quando nos diz não existir cura sem dores. Quem sabe, sabe.

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Placebo

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Placebo é um fármaco, tratamento ou procedimento cirúrgico dissimulado, inerte, sem principio activo. Trata todo o tipo enfermidade e baseia-se na reacção psicossomática dos pacientes. Pode de facto promover um efeito benéfico real e físico.

Não consultei nenhum simpósio terapêutico, não sei se a doença existe, mas suspeito que vivemos um surto de grave défice de cidadania. Eis as questões de teste e diagnóstico:

  • Quem é que quer saber da venda da TAP quando há tanta e tão relevante informação em Évora?
  • Quem quer saber do Orçamento de Estado para 2015 quando há teorias da conspiração para denunciar ou subscrever?
  • Quem quer saber da reposição das subvenções vitalícias (não contributivas) quando há apostas a fazer sobre quem será o próximo a ser detido?

A resposta a qualquer uma das questões é: ninguém! Ninguém quer saber. Porquê? Bem, na verdade, é muito simples. É o efeito placebo. Mais uma teoria da conspiração? Negativo, é apenas o egoísmo colectivo a funcionar. Eis como:

Sem subscrever a teoria do bode expiatório, constato o reflexo da detenção preventiva nos Sistemas Límbicos dos telespectadores. Continuamos sem nada saber sobre a acusação, mas tal pouco importa. Cada um de nós tem a sua própria acusação! Eu, por exemplo, guardo com carinho um velho rancor. Remonta, imaginem, a 2011. Fatídico ano em que uma medida de excepção ao orçamento de estado desse ano me atribuiu um corte seis vezes superior ao previsto. Pequeno contratempo que está aliás na génese deste blog. É este abrangente e democrático critério que explica a euforia, a alegria que vivemos. É irrelevante a causa, cada qual escolhe a que quer. Importante é saber que há um castigo. Preventivo que seja, estamos perante a cura de muito descontentamento e revolta.

E os crentes, aqueles que acreditam na inocência do detido? Bom, para esses o placebo tem o mesmo efeito terapêutico, uma vez que toda a sua atenção está igualmente desviada. Ora testem lá as perguntas de diagnóstico novamente.

 

 

A injeção

O plano nacional de vacinação prossegue a todo o vapor. Felizmente há quem pense no bem comum. Estamos em boas mãos, dizem entre eles, uns dos outros. Cortesias de “médico”.

É da nossa saúde que se trata, não da deles. Nitidamente! Os depósitos, os depósitos… não havia um fundo para os garantir? Os postos de trabalho, os postos de trabalho… O que terão estes de especial quando comparados com os dos outros bancos? (Já nem pergunto sobre o desemprego noutras aéreas). Sim, é por todos nós que zelam.
Relembremos o Diagnóstico e plano terapêutico.
Primeiro o banco era sólido e tinha reservas (2kM€). Viva o aumento de capital. Aprove-se o prospecto. Foi um sucesso. Depois, anunciada a saída da família santa, o espírito de brincadeira promove umas travessuras, coisa pouca (+1,7kM€). Impossível de antever. Bom, é aqui entram os profissionais! Adiam, adiam. São contas difíceis, reconheço.
Afinal não é tão sólido. Pois. E agora? Bom, o plano era tão secreto (a bem da estabilidade) que todos os “comentadeiros” ao serviço da causa “eis aquilo que deves pensar” sabiam dele. Seríssimo.
A aritmética, essa, fica para depois. Repito, é da nossa saúde que estamos a tratar.
Finalmente o plano “Novo Banco”. Que bonito. Dinheiros públicos? Nada, quer dizer, um pouquinho, bem, tudo, mas reembolsável. Ah, fico mais descansado. Tratam de mim e nem tenho que pagar. Nem em Cuba!
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E o banco mau? Fica com os acionistas, esses malandros. É fofinho não é? Até soa a justo…
Por fim a injeção (4,9kM€) no BOM, no NOVO BANCO, aquele que não tem nada tóxico. Esperem. Alto. Se é bom, se não padece de qualquer enfermidade, porquê a injeção? A minha aritmética é fraca. Ajudem-me se puderem:
2+1,7=3,7
4,9-3,7=1,2…

Engraxador de Xi

Portas_engraxador

Sempre que alguém importante visita a ilha Terceira, o mundo muda. O arquipélago dos Açores é palco de grandes e decisivos instantes. Mercados, ultimatos, mentiras e guerra.

Servir é uma arte, tem o seu mérito. Merece reconhecimento e remuneração à altura. Engraxar não é por certo execpção. Quem não se lembra daquela tarde de 16 de Março de 2003? Curiosidade: Apenas o anfitrião se mantêm no activo. Todos os outros já estão na reforma. Enfim, haja quem possa.

Desta feita a cimeira foi singela. Vindo do Chile, Xi não trazia nitratos, nem viajou num Flying P-Liner. Para o receber, Graxa e tapete vermelho.

Chegou, visitou, conversou e poucas horas depois, partiu. Deixou licenças de navegação a mais de 30 Caravelas Portuguesas. Aparentemente, e desta feita, o mundo não mudou muito. Os sapatos de Xi brilhavam tanto como a testa do engraxador.

Xi Jinping visita a ilha Terceira