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Filho de peixe sabe nadar?

Ou a ineficácia do (des)controlo parental… Dezenas de familiares de governantes encontram-se empregados pelo próprio governo numa teia de nomeações cruzadas. A pergunta que se coloca é: são tão ou mais competentes do que @s restantes candidat@s ao lugar que ocupam?

Caso o sejam, nada a dizer, caso não o sejam então o que estará completamente errado é o sistema de recrutamento/nomeação que deveria proteger o Estado deste tipo de exploração dinástica.

Os laços de sangue em nada são indicadores das capacidades individuais pelo que aquilo que deve ser decisor na sua seleção ou demissão é nada mais do que o comprovativo dos resultados apresentados pelo seu trabalho.

Que poderá dizer disto um país em que metade do seu tecido empresarial é composto por empresas familiares e em que grandes grupos empresariais têm também uma gestão familiar?

Tal como se sucede com médicos, músicos, futebolistas, etc, o filho de um grande político poderá ser um político ainda melhor. Legislar no sentido que lhe seja dificultada a colocação poderá ser injusto e danoso para os interesses do país.

Pelo que o problema não são propriamente as ligações familiares mas sim os nós cegos do processo de selecção/nomeação. Querem legislar? Criem regras bem definidas e tragam transparência a esses processos acabando com o conceito de “cargo de confiança política”. Há posições que são cargos de pura assessoria/gestão/coordenação, que deveriam ser apolíticas no sentido de exclusivamente defender interesses do Estado através do exercício de competência sem preocupações partidárias.

Isso sim, seria garantir oportunidades idênticas para todos, colocando debaixo do escrutínio de avaliação regular de desempenho todos estes distribuidores de jogo político, que na sua maioria não passam de gordura de Estado, defensores prioritários das cores do seu partido e dos seus interesses pessoais.