Monthly Archives: Maio 2016

Eta! Caracas! A coisa está preta!

Tenho orgulho, orgulho, em ser português! Português! Português! Português!

A emigração portuguesa sempre foi uma solução de ante-penúltimo recurso que muitos dos nossos conterrâneos não temeram enveredar. (sendo o penúltimo roubar e o último arriscar mudar o estado das coisas correndo com políticos corruptos e inábeis eleitos por via da abstenção)

Emigraram em massa para vários pontos do globo, com maior concentração em alguns países, aliviando a pressão social  interna e posteriormente injectando capital na nossa economia com o aumento do envio de remessas. Sejamos francos, o nosso maior sucesso de exportação são as pessoas! É de tudo! Desde as mal às altamente qualificadas. O que de certa forma nos pode remeter para os tempos de antigamente em que também exportávamos pessoas em modalidade de pré-pagamento de remessas futuras fruto de árduo trabalho.

Existe agora um pequeno senão. E lá diz o provérbio popular “não há duas sem três”!

Da primeira vez, quando a mudança global de ciclo quebrou este mercado de força de trabalho, os emigrados forçados ficaram por lá, onde se encontravam, seja porque havia economia para os encaixar seja porque não havia interesse político e/ou capacidade financeira para devolver milhões ao seu país de origem onde já outros interesses estavam instalados.

Da segunda vez fomos expropriados à força de terras, que na verdade não eram nossas, sendo forçado ao acolhimento de um grande número de nossos retornados/refugiados.

A terceira aparenta estar mais perto do que aquilo que se imagina sendo que na próxima mudança de ciclo o cenário será completamente diferente. A crise é mundial, muitos portugueses encontram-se em países que atravessam momentos de convulsão (Brasil, Venezuela, Moçambique, Angola, mesmo França e Reino Unido)  pelo que não será de excluir a hipótese de parte considerável das centenas de milhares (ou mesmo milhões) de emigrados se ver forçado a retornar a Portugal. Pior, em alguns casos poderão não ter condições para o fazer e terá de ser o país a dar a resposta necessária, e obrigatória, para trazer de volta essa nossa gente.

Mesmo com vozes alarmantes, com os sinais mais do que evidentes, a reacção à crise dos refugiados foi tardia e inconsequente. Agora estamos em altura de nos prepararmos para o potencial de outra crise humanitária, não de refugiados, mas de retornados. De gente que certamente quererá vir para Portugal quando lhe estendam a mão, as pontes aéreas e/ou marítimas, as condições de alojamento e apoios financeiros, pois é esta a terra das suas raízes. Espero sinceramente que, se necessário, Portugal esteja preparado para estender essa mão, mesmo que sem anéis ao menos que mantenha todos os seus dedos. O resto faz-se com distribuição martelos, picaretas, enchadas, forquilhas e outras ferramentas de apoio à criação de novas culturas e reabilitação de edifícios desde a sua fundação.

Apesar de aparentemente ser um mau cenário quem sabe se a prazo não traria benefícios a Portugal? Gente lusa que bebeu conhecimento de outras culturas, de olho e cabeça mais abertos, com garra, sem medos de começar a vida do zero, só poderia ser uma boa influência sobre todos nós e ajudar a revitalizar a nossa economia com o aumento exponencial do número de consumidores.

Para começar a preparação deste cenário só teremos de garantir posição dominante sobre uma companhia aérea nacional e o exemplar funcionamento dos nossos portos.

Estaremos no bom caminho?

Emigração-Boomerang

 

Bovinos Alados

A Nação comemora hoje o seu octingentésimo trigésimo sétimo aniversário, graça da bula “Manifestis Probatum” e de quem a outorgou, o Papa Alexandre III. Parabéns a nós, os portugueses, pitorescos habitantes do Sudoeste Europeu. A festa será rija, especialmente agora que já não há impossíveis! Entre nós, até as vacas tem asas! Eis o símbolo da mudança, do optimismo crónico e por vezes irritante. Na verdade já todos sabíamos que muitas eram sagradas, mas que afinal têm asas é algo absolutamente novo. A tantos outros predicados e virtudes para a atrair turistas, juntam-se agora as maravilhosas imagens das manadas aladas, voando ao por do sol, quais gaivotas leiteiras. Afogar-se-ão ao amarar?

Sem Minotauros, Sereias ou Centauros a mitologia lusitana tem tido no Adamastor a sua personagem central. Ora a pretexto do défice, ora a pretexto dos mercados, é diariamente recordado! O desastre que sempre espreita, a inevitável consequência da soberania hipotecada à obra feita para inglês ver e português votar. Tanto betão, tanto alcatrão que hoje aguarda por utilizador-pagador que lhe dê propósito.

Entre nós basta apresentar uma causa para que todo o efeito se justifique. Assim foi, assim é, manda quem pode, obedece quem deve, pois claro! E a coragem de outrora? A motivação, o ânimo, por onde andam? Adormecidos pelo quotidiano, adiados entre prestações das coisas, úteis ou supérfluas que comprámos. Cada qual no seu bote, ruma ao Cabo das Tormentas, encolhe os ombros e pensa: Paciência, para o mês que vem é que vai ser. Por vezes é…

bovino-alado-final

Na corda bamba

Temos vivido nestes últimos meses uma popular forma de estar, o “quem não chora não mama”. São manifestações, greves, apelos, lobbies que o governo tem encaixado com mestria, ouvindo argumentos, fazendo concessões, mostrando-se sensível, atento ao tema fracturante em questão, conseguindo ao mesmo tempo o apaziguar dos agentes dessa agitação e o atenuar dos seus impactos em termos de opinião pública.

A promessa de uma nova era comprou um período de aparente paz social e mediática onde na verdade não há nada que concretamente possa ser apontado como estando melhor, nem como estando pior. A mudança de discurso, as reversões em curso, a crítica de onde antes nos chegavam elogios, criaram um período experimental da geringonça durante o qual, mesmo não se percebendo bem como funciona, se crê na sua pontencialidade e utilidade futura.

Do passado chegam os números da nova fiscalidade, que será aviso suficiente para os resultados práticos das certezas orçamentadas de receita fiscal futura. Traduzido em números a receita fiscal com impostos sobre tabaco, alcool  e sacos de plástico foi um desastre, mais de metade abaixo do estimado, no entanto do ponto de vista do consumo e do ambiente só podemos felicitar-nos com este sucesso. Afinal a tributação agravada sobre estes bens prejudiciais tinha como objectivo diminuir drasticamente o seu consumo ou simplesmente aumentar a receita? Qual será a intenção do recente aumento sobre os combustíveis?

Aproveitando ainda o emblemático 1º de Maio e demonstrada que está a capacidade da fiscalidade influenciar rapidamente comportamentos menos recomendados, sugiro o seu uso para diminuir a precariedade no trabalho e promover o aumento dos salários. Bastaria tabelar o IRC com escalões em função da carga salarial vs volume de pagamentos realizados a trabalhadores independentes e da percentagem de trabalhadores a auferir o salário mínimo. Penalizar fiscalmente as empresas que fomentam esse tipo de vínculos, beneficiar as que não os praticam e dão melhores condições e rendimento aos seus colaboradores.

Concluindo, sente-se que este governo está a mudar estratégias, a arrepiar caminho em relação ao rumo traçado pelo antigo governo, no entanto fá-lo de uma forma tão silenciosa que não é de todo perceptível qual a sua dimensão, nem qual a eficácia esperada dessas mudanças. Em termos mediáticos, a crispação, a confrontação do governo com as suas opções, o tema crise, tudo parece ter desaparecido, existindo foco nos escândalos ‘autorizados’ a vir a público, na dinâmica do novo Presidente da República e no entretenimento do momento. Será este um sinal do acalmar da tempestade? A crise está finalmente a dissipar-se? Ou mais do mesmo estará para vir?

Corda-Bamba

André Lava o Jato

Lava-Jato

No Brasil o calor continua… mas ainda que soprem ventos quentes Portugal continua pouco animado pelo escaldão brasileiro. Eles gritam, eles sambam, eles rezam, mas eles acima de tudo gamam.

E por falar em Gamar, verbo político também desta nossa nação, sopra o vento quente brasileiro ao PSD de que o director das campanhas de marketing esteja envolvido no Lava Jato.

Não é a primeira vez que o Lava Jato lança uns jatos para Portugal. Foram identificados subornos na construção da barragem Baixo Sabor em Bragança num total de 750 mil euros (coisa pouca numa barragem orçamentada em 680 Milhões) construída em parceira entre o Grupo Lena e a Odebrecht e aprovada pelo nosso Marquês Sócrates.

Marquês Sócrates nega, diz que a Barragem Baixo Sabor não está no sabor do Plano Nacional de Barragens e culpa Durão Barroso pelo Baixo Sabor.

Na Barragem, cujo sabor ascendeu a 680 Milhões, a EDP orgulha-se de já ter investido 10 Milhões e de vir a investir nos 75 anos da concessão mais 60 Milhões, ou seja 933 mil euros por ano, possivelmente em investimento de substituição.

Mas agora o visado é o Director de campanha do PSD, cujo irmão já foi detido para prestar declarações no Brasil, e que agora tem o nome nos jornais: André Lava o Jato. De assinalar que se trata de um vencedor, director das campanhas do PSD desde 2011, conseguiu 2 vitórias para Passos Coelho. É verdade que a vitória do Portugal à Frente foi vencido no parlamento pela Maioria de Esquerda, mas não se pode exigir tudo, afinal o brasileiro André Lava o Jato ainda não é deputado português. Será de Passos Coelho ponderar isso, porque a sua atitude de vitima não o está a ajudar! Mas André Lava o Jato, publicitário, vai continuar a aconselhar Passos Coelho sobre a estratégica política e de comunicação. Mais do que nunca, Passos e o PSD precisam de lavar os jatos esquerdistas desta nação, entregue a um governo bolchevique, apoiado na esquerda radical e nos terroristas dos sindicatos.

É no entanto imprudente avançar com acusações ou sequer investigações. Aquilo no Brasil ferve e os papeis do Panamá incomodam algumas pessoas, e esta coisa de se estar sempre falar em dinheiro e corrupção e principalmente investigar sobre ela tornou-se na União Europeia uma coisa que pode sair cara e até pode dar prisão.

Cisco-de-Passos