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Este Blog é Desenhado em Portugal, Fabricado em Portugal, Emprega 0 Portugueses e é Livre de Impostos

Os Portugueses têm memória curta e têm algum preguiça em esforçar-se para defender o que é seu.  É sabido e provado pela história da nossa democracia, pela dança de cadeiras ocupadas por muitas caras envolvidas em negociatas de cariz duvidoso, que metem em causa a sua honestidade e carácter em passado não tão longíquo.

Uma das melhores maneiras de proteger a nossa economia é com os nossos hábitos de consumo. A defesa da produção, emprego e sistema fiscal nacionais pode e deve ser cultivada pelos mundanos hábitos de consumo. Há povos que o fazem por cultura e hábitos passados de geração em geração. Consomem produtos dos seus países, mesmo que mais caros que os idênticos de marcas de outros países. O povo alemão é um deles por exemplo.

Mas hoje olhamos para as prateleiras e já não reconhecemos todas marcas e nem sequer temos ideia do real contributo que aquelas que conhecemos dão à nossa economia. Com tantos artifícios de boa gestão focada na fuga aos impostos e redução de custos para aumentos dos lucros, haverá marcas muito consumidas que pouco ou nada contribuem para a nossa economia para além do IVA.

Já somos desinteressados por natureza mas quando não temos qualquer apoio à decisão refugiamo-nos simplesmente no mais barato ou no que mais gostamos ignorando tudo o resto. É por isso que sugiro aqui um sistema de etiquetagem ou rotulagem de marcas, serviços e/ou produtos que indique explicitamente:

  1. Designed By: em que país foi desenhado;
  2. Made In: em que pais foi produzido;
  3. Supplied By: %s de matérias primas utilizadas para a sua produção por área geográfica com indicação pelo menos relativa ao país onde está a ser feita a venda;
  4. Workforce: em que indica quantos trabalhadores emprega por área geográfica com indicação pelo menos relativa ao país onde está a ser feita a venda;
  5. Taxed In: que indica as %s de taxação sobre os lucros por área geográfica com indicação pelo menos relativa ao país onde está a ser feita a venda;

Com estes dados bastaria olhar para o rótulo ou etiqueta e perceber claramente se esta  marca, serviço ou produto está ou não a contribuir, e em que medida, para o emprego, para a produção, para os impostos e consequentemente para a economia nacional. A existir seria certamente um fator decisor na escolha dos consumidores e estaria tão à mão que só não usaria a informação quem não tenha pinga de estima pelo seu país.

Politicamente não é europeísta defender um favorecimento à produção nacional mas a melhoria desta situação não precisa de acção política. Precisa de Marketeers que entendam que esta informação pode ser um bónus para aumentar as suas vendas e penalizar concorrentes que não sejam tão ‘nacionalistas’ nas várias componentes da sua gestão. Claro que para muitas marcas esta transparência pode ser nociva mas se alguém o começar a fazer a opacidade, com a falta de informação, fará mais dano do que a revelação de dados menos ‘simpáticos’ nesta matéria.

Nós os consumidores queremos ajudar a levantar Portugal mas não nos obriguem a trabalhos ciclópicos de investigação para destrinçar quais as marcas supostamente Portuguesas que mais não são do que correios de Euros para sistemas fiscais offshore.

Faróis sobre o que é verdadeiramente “nacional é bom” precisam-se!

 

Cultivar, para que alguns vivam.

RasgandoNum período em que ordenaram que se rasgassem muitas coisas, como direitos adquiridos, mas só de e para alguns, rasgaram-se horários de trabalho e terços de folhas de vencimento, rasgaram-se já alguns feriados do calendário e mais rasgões virão, por ventura só depois de passada a celebração da Ressurreição.

Porventura aproveitando a deixa, um autarca disse aos seus munícipes para rasgarem as cartas enviadas pelos serviços da Câmara que preside, alegando que existem questões legais, que tem de ser cumpridas, elaborando por exemplo missivas para inquietar os cidadãos, provocando-lhes insónias e desassossegos, mas que são apenas formalidades.

Considerados por muitos como meros actos de populismo, ou já como preparação de futuras batalhas eleitorais, atitudes como esta devem merecer elogios, também eles rasgados, pois inquestionavelmente são demonstrações de quem manda, pelo menos aparentemente.

Estaremos portanto no direito de questionar, para quando, uma intervenção em que a mais alta patente do Estado tenha a coragem de proferir:

-Enquanto for eu o presidente (olhe nos meus olhos), ninguém pagará coisas que não lhe são devidas, pois prefiro ir preso, que permitir que usurpem os meus concidadãos.

Rasgaram-se ordens de trabalho no carnaval, não seguindo as directrizes da hierarquia, quiçá tentando generalizar a todo o território o dito antigo “para lá do Marão, mandam os que lá estão”, talvez por isso permanece em estudo o recorte do próprio mapa de Municípios, este mais cirúrgico, acautelando prováveis mudanças de cor do País nas próximas decisões, que por hora ainda nos dizem serem nossas, por direito.

Num dos casos jurídicos mais mediáticos dos últimos anos, assistimos também ao rasgar de decisões, reencaminhando para novo calvário alguns dos intervenientes, em prol de uma justiça cega, que todos pagam, ao mesmo tempo que ilustre figura da Nação ousou referir-se ao nojo (período de), querendo quem sabe, incitar a um urgente corte com o passado, ou mesmo transpirando o nojo que o próprio terá da justiça, vendo inocentes a braços com ela, enquanto que outros, mais ladinos, engrandecem com métodos pouco ortodoxos aparentemente difíceis de descortinar, em processos que podem demorar mais de um decénio, custando a todos avultadas quantias.

Andam multidões com vontade de rasgar facturas de água e luz, pelo menos a parte delas referente a débitos periféricos ao próprio consumo, ou mesmo o percentual das portagens que irão repagar, quando se fizerem as contas de compensação por baixo tráfego, mas o método está criado faz tempo, já dizia François Marie Arouet, “Encontrou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros.”Cultivando para alguns

Aparentemente manter-se-ão os desmandos dos que se dizem mandatados, até esses rasgaram os guiões das campanhas, vindo agora a terreiro justificar-se em erros de pressupostos.

Constata-se mais uma vez o infausto acontecimento, já mais que provado pela história política,

“ Os políticos nada aprendem com a história”.