A injeção
O plano nacional de vacinação prossegue a todo o vapor. Felizmente há quem pense no bem comum. Estamos em boas mãos, dizem entre eles, uns dos outros. Cortesias de “médico”.
É da nossa saúde que se trata, não da deles. Nitidamente! Os depósitos, os depósitos… não havia um fundo para os garantir? Os postos de trabalho, os postos de trabalho… O que terão estes de especial quando comparados com os dos outros bancos? (Já nem pergunto sobre o desemprego noutras aéreas). Sim, é por todos nós que zelam.
Relembremos o Diagnóstico e plano terapêutico.
Primeiro o banco era sólido e tinha reservas (2kM€). Viva o aumento de capital. Aprove-se o prospecto. Foi um sucesso. Depois, anunciada a saída da família santa, o espírito de brincadeira promove umas travessuras, coisa pouca (+1,7kM€). Impossível de antever. Bom, é aqui entram os profissionais! Adiam, adiam. São contas difíceis, reconheço.
Afinal não é tão sólido. Pois. E agora? Bom, o plano era tão secreto (a bem da estabilidade) que todos os “comentadeiros” ao serviço da causa “eis aquilo que deves pensar” sabiam dele. Seríssimo.
A aritmética, essa, fica para depois. Repito, é da nossa saúde que estamos a tratar.
Finalmente o plano “Novo Banco”. Que bonito. Dinheiros públicos? Nada, quer dizer, um pouquinho, bem, tudo, mas reembolsável. Ah, fico mais descansado. Tratam de mim e nem tenho que pagar. Nem em Cuba!
E o banco mau? Fica com os acionistas, esses malandros. É fofinho não é? Até soa a justo…
Por fim a injeção (4,9kM€) no BOM, no NOVO BANCO, aquele que não tem nada tóxico. Esperem. Alto. Se é bom, se não padece de qualquer enfermidade, porquê a injeção? A minha aritmética é fraca. Ajudem-me se puderem:
2+1,7=3,7
4,9-3,7=1,2…
Posted on Agosto 4, 2014, in Escárnio e mal-dizer, Mentalidade Tuga, Teorias da Conspiração, Visitas de Médico. Bookmark the permalink. 4 comentários.
Acima de tudo falha a supervisão deliberadamente porque a supervisão tem medo do mercado de capitais e não tem mão neles… O buraco seja pago com que fundo for, é sempre dinheiro das pessoas, porque os bancos não têm dinheiro, eles são meros intermediários do dinheiro dos outros. O Fundo mesmo vindo da Troika, ele é financiado com o dinheiro dos contribuintes, e ainda que emprestado a uma taxa de juro, a verdade é que os custos deste buraco é sempre suportado pela sociedade. O BES é um dos ou mesmo o mais importante banco português, o grupo tinha uma representatividade no estrangeiro importante, tem e teve um papel importante no financiamento do Estado e das empresas em Portugal. E isto por mais que os outros bancos o neguem, põem em causa todo o sistema e a confiança das pessoas no sistema financeiro.
“Ladrão que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão”, pelo menos assim pensam aqueles que se apoderaram do BES. É muito poder, demasiado para não ser cobiçado. É como matar o rei, mas manter o absolutismo.
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