A Tourada
A 7ª corrida de avaliação será, à semelhança das anteriores, decisiva. Na tribuna a troika. À sombra, o delegado Etíope, ao sol os delegados Europeus. As corridas de avaliação são exclusivamente para turistas estrangeiros. Os veraneantes locais estarão na arena, entre barreiras e no curro, isto é, no seu devido lugar. Não faltarão Cortesias e Brindes à praça. Aplausos, chapéus e flores para os artistas, sal nas feridas para o touro.
O cartaz promete uma noite de triunfo. A tribuna aplaudirá de pé, a banda tocará o passo doble. Será um sucesso. Em Portugal não se matam touros na arena, mas cortar-se-ão orelhas. Tendo sobrevivido às 6 corridas anteriores, um único e magnífico exemplar da ganadaria Lusitana, um Almalho de seu nome “Povo”, será lidado por todos os artistas em cartaz: Dois cavaleiros, suas quadrilhas; dois grupos de forcados amadores; um picador e a estrela da corrida, o matador de touros Victor Gaspar, el Verdugo. Brindar-nos-á com os seus lances de muleta, ora Afarolado, ora Ajudado. A Faena habitual, sem Chicuelinas. Cortará um Rabo, e sairá em ombros. Na recolha, “Povo” acompanhará os Cabrestos. Aos turistas diremos que são vacas. Um dia quererão mugi-las. Nesse dia, sorriremos.
Posted on Março 6, 2013, in Geração "à rasca", Mentalidade Tuga, Teorias da Conspiração and tagged Cidadania, Democracia, Economia, Europa, Humor, Politica, Portugal, Trabalho. Bookmark the permalink. 4 comentários.
Sabia que havia um bom motivo para eu ser contra as touradas…
Eu gostava era que a lide fosse a pé e com o touro em pontas, isso é que era!
O cartaz está simplesmente brilhante!
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