Meia Prenda – O Natal Ortodoxo
A imprensa alemã noticiou ontem a antecipação do Natal Ortodoxo.
A medida tem vindo a ser estudada em Paris e Berlim, por governos e bancos. A mais recente cimeira Franco-Alemã terá proporcionado um dos mais acalorados encontros entre líderes.
Alegadamente, o enternecedor momento terá facilitado a tomada de decisão. Ele quis, ela deixou, aconteceu.
Compete agora à banca encontrar forma de se animar do mesmo espírito. Perdoar é a mais nobre das atitudes Cristãs, mas ancestrais diferenças entre Católicos, Protestantes e Ortodoxos impõem limites a um possível perdão de divida. Cinquenta por cento será o objectivo.
As negociações estão já em curso. Ao leme da banca está, inevitavelmente, um imparcial suíço. Presidente do IIF – Institute of International Finance e director executivo do Deutsche Bank,
Josef Ackermann tem sobre os ombros a desvalorização da divida publica Grega. Falha-nos São Nicolau, patrono dos marinheiros e pai-natal Grego. O anúncio do Natal Ortodoxo, está “apenas” dependente das negociações do modelo de recapitalização da banca.
Após severo regime de ajustamento, dieta forçada e muito exercício físico, a população Grega ensaia já os seus tradicionais cânticos Natalícios, as “Kalanda”. Desvalorizado o trabalho, ajustada a economia, recebem agora o prémio do seu esforço, a prenda, o perdão de metade da divida. É justo, metade do rendimento, metade da divida. Tradicionalmente, entre os helenos, a troca de presentes ocorre no primeiro dia de cada ano.
Coincidência, ou talvez não, entre os Lusos não se cantam as “Janeiras”. Debate-se a oportunidade de uma similar prenda. Com o ajustamento no seu início, a perca de rendimento de quem trabalha ainda não foi a necessária. A par com o anúncio do Orçamento para 2012, a sólida promessa de não cortar mais nenhum subsídio. Esta inabalável garantia determina que a nossa prenda não poderá chegar antes do Natal de 2013. Pena, será que 20% não chegava?
Posted on Outubro 17, 2011, in Geração "à rasca" and tagged Cidadania, Economia, Humor, Politica, Portugal. Bookmark the permalink. 1 Comentário.
O presente é tão bom, mas tão bom, que para saber se o querem os Gregos ainda vão a votos!