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Star Wars – O Regresso de Jedi

Como o tempo voa! Hoje, véspera da grande estreia do sétimo episódio da saga Star Wars, vamos recordar o apoteótico Regresso de Jedi, aquele que nasceu predestinado a trazer o equilíbro de volta à Força. Esta criança prodígio, de seu nome Anakin Rebelo de Sousa, desde cedo revelou os seus talentos e aptidões cognitivas, anos-luz à frente da mediocridade reinante por estes lados da galáxia. Docente brilhante, catedrático há décadas, foi desde sempre profissionalmente multifacetado.

DarthRebeloVader-no-Tejo

Jornalista rebelde, nem o patrão poupou, deu-lhe um vaipe explicou. Mesmo assim chegou a director do hipermercado da informação. Porém, todo este potencial, todo este brilhantismo na análise foi gorado pela acção. Anakin foi tentado pelo lado negro e cedeu. Abandonou o jornalismo porque o partido chamou. Nascera Darth Martelo, o terrível Sith. Sem igual no improviso, recebeu o embaixador da Pérsia em cuecas. Resultou. Lançou-se à conquista de eleições, mas perdeu. Até foi a banhos, mas não adiantou. Recolheu, depois voltou. Inventou, exigiu e ganhou no partido. Depois comeu sopa de alho-porro e saiu. Muito duelo travou, com astúcia esgrimiu, com agilidade o Sabre de Luz brandiu, mas nada. Na verdade nunca ganhou uma eleição. Justiça lhe seja feita, o tacho preteriu. Da universidade nunca saiu. Inquestionável mérito, tem profissão, é professor, não é carreirista.

Darth Martelo nunca foi homem para um e um só trabalho. No seu brilhantismo exigiu sempre mais de si próprio. Abraçou então a nobre e digna função de comentador. Como sempre, não evitou polémicas, mas é o melhor, indiscutivelmente o melhor de todos quantos entre nós se ocupam a explicar exactamente aquilo que devemos pensar. Quem não reconhece a sua famosa interjeição respiratória, qual piloto de caça, qual mergulhador das profundezas? Com inteligência faz a diferença, mas a sua derradeira arma é a criatividade. É de uma agilidade mental alucinante. Perfeitamente compreensível esta necessidade de uma mente brilhante de se entreter. Convenhamos, não é fácil evitar o tédio, sobretudo entre nós.

Assim foi, ano após ano, semanalmente, Darth Martelo prosseguiu no comentário, metodicamente pregando cada prego. Mas como nunca pregou prego sem estopa, uma vez consolidada a construção, anunciou o Regresso do Jedi. Candidata-se! Morte ao Sith, eis de volta o bom e justo Anakin Rebelo de Sousa, pronto ao sacrifício de presidir à República. Será desta que ele ganha uma eleição? Até parece mero formalismo. Na verdade comporta-se como se tratasse de uma nomeação…

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Desilusão à Canhota

Numa altura em que o feitiço se vira contra o feiticeiro e seus aliados, esperemos que do big bang surja a exploração de novas vias, convém não deixar ao esquecimento o caldo da poção mágica nacional.

A meu ver o Largo do Rato pariu uma colina. Um assento de baixa altitude, sem a solidez da visão possibilitada por maior altitude que permitisse o alargar em muito o horizonte vislumbrado. Nitidamente BE e PCP voltam a baquear, ao invés de ousar subir o degrau que se colocou à sua frente para ascender um patamar na participação activa nas futuras decisões políticas.

Este acordo não passa de um projecto de estabilidade, de um auto de fé, na crença mútua de que ambos os lados cederão o suficiente para que o outro continue a cumprir o seu papel. Na prática deixará o PS refém de um contínuo debate político, dentro de sedes, negociando a pré-aprovação de cada orçamento e cada medida com maior impacto na sociedade. BE e PCP assumem não querer dar a cara por um governo do qual serão a sombra inequívoca.

Já no passado me desapontaram quando se ausentaram das reuniões de preparação do programa da Troika e agora parece estarem a repetir a dose. Pergunto-me se querem ser vistos como o antídoto porque raio temem assim tanto o convívio com as víboras? Muito me aprazeria tê-los ‘infiltrados’ no governo confiando na sua capacidade de detectar, divulgar, e corrigir anomalias de sistema. Desta forma vejo-os agora como padecendo de uma certa cobardia, demasiado confortáveis na sua posição de críticos e delatores dos erros de outrem, quiçá tementes de segurar parte das rédeas e de perder os renovados votos de confiança.

Vejo em tudo isto apenas uma certa continuidade de um calculado e partidário jogo político. O PS julgará que BE e PCP não poderão esticar demasiado a corda pois se o fizerem, e por isso cair o seu governo, a factura política ser-lhe-ás demasiado alta com hipotética transferência de votos para o PS. BE e PCP por sua vez pensarão o inverso, que o PS não se poderá colar em demasia à rota delineada pela Troika e pelo anterior governo PSD-CDS, caso contrário terão plena justificação para deixar cair o governo PS, reforçando a sua própria idoneidade, e assim penalizar o aldrabão PS nas próximas eleições colhendo uma boa parte dos seus eleitores. A PàF já vaticinou este cenário e espera também vir a poder rentabilizá-lo em termos de votos alegando evidente irresponsabilidade da união de esquerda.

Lamento, mas esta não é de todo a solução à esquerda que esperaria e que me daria alguma esperança de uma verdadeira mudança. Ao ponto de até eu vir a ser condescendente para com Cavaco Silva se este decidir não acreditar neste formato de governação.

porrada

O Menu em Belém

Quem não gosta de ouvir um qualquer turista gabar a nossa gastronomia? Haverá maior garantia de sucesso da reportagem televisiva que a bela da entrevista ao turista? Ele há coisas que ditas por nós não têm valor, mas sempre que opina um estrangeiro, resulta. As perguntas são sempre as mesmas, as respostas insuspeitas de surpresa, mas nós gostamos. Apreciamos a previsibilidade e rejeitamos a mudança. Evoluir sim, mas só se tudo permanecer exactamente na mesma. Somos assim, saloios mas muito ternurentos. Numa palavra, acolhedores.

O Turismo, é preciso promover o turismo! Incansáveis e empreendedores, lançamo-nos sempre em voluntariosas iniciativas. Hoje começou mais um grande evento promocional na Assembleia da República – A feira do Melão e do Fumeiro. Encher-se-á muito chouriço! No fim, pagaremos a conta (como sempre!), mas não saciaremos o apetite. Portugal é assim, serve estas belas açordas. Após o manjar, a sobremesa. Fruta da época para uns, doçaria conventual para os outros. Não há meio-termo. Nunca evitaremos os amargos de boca, pois não há refeição que termine sem café.

Há quem diga que inovámos, que embora inédito no menu do Palácio de Belém, o sapo será servido. Eu duvido. Bem sei que faltam muitos dias, que muitos sábios serão ouvidos, que o bicho até é viscoso e hidrodinâmico, mas há uma limitação que os entusiastas não estão a considerar. É morfológico! O sapo não lhe cabe no goto.

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Star Wars – Lobot da Costa

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Abordo hoje uma das três personagens em ascensão no novo elenco. Tal como qualquer outra personagem da saga Star Wars, por mais breve que seja a sua aparição, está destinada à imortalidade. Pelo menos neste mundo do faz de conta que é a sétima arte. Julgo ser o caso do solícito Fernando Lobot da Costa. Foi até aqui um destacado gestor subalterno na mina de exploração de gás no gigante da flatulência, o planeta Bespin. Será finalmente ministro. Diga-se, já merecia.

Outrora um mero técnico do sangue, alvo de uma bem-sucedida lobotomia, evoluiu até ao grande líder que hoje é. Um condutor de massas, um politico, um estadista. Cresceu. Está desde então apto a reagir ao premir de um simples botão do controlo remoto. Voluntarioso como nenhum outro, Lobot actua de forma breve, mas eficaz.

Foi do alto da Cidade das Nuvens que contemplou os demais e conclui não ter visto nenhuma das desgraças descritas pelos seus pares. Nada disso. Contundente atirou: “O que nós vimos foram pessoas bem instaladas”. Lobot não tem visão raio-X, mas vê mais além. Sem pieguice e muita determinação, tem o mérito da competência e por isso foi promovido. Ainda bem. Tratar-nos-á da saúde como ninguém.

 

Star Wars – Chewbacca de Sousa

Chewbacca-de-Sousa

O Natal aproxima-se e com ele chegará o sétimo filme da saga. Urge portanto regressar à apresentação das personagens, especialmente aos mais novos,  já nascidos neste século.

Cronologicamente, a primeira aparição desta personagem foi numa acção de salvamento, safando o pêlo a Yoda aquando da Vingança dos Sith. Oportunamente regressarei a outros feitos desta personagem, por ora, avante.

Nascido em Kashyyyk, o planeta dos Wookiees, este metalúrgico e exímio piloto chamado Jerónimo Chewbacca de Sousa, há muito que conduz a nave onde os perigosos revolucionários, vindos da orla exterior, rumam à capital do Império para a arrasar. Tenham medo, eles estão a chegar!

Ignóbil, inescrupuloso e confesso opositor dos omnipresentes mercados, provoca sentimentos contraditórios: Ódio e empatia. Até entre opositores desperta simpatia, mas não se deixem enganar pela aparência de peluche, ele é perigosíssimo. Muito embora os seus adversários digam que as suas projecções vocais são incompreensíveis, ele consegue passar mensagem pela emoção. Faz da autenticidade uma arma. Cuidado!

Entre os seus, é carinhosamente chamado de camarada Chewie. Muito embora leais entre si, os Wookiee são uma ameaça terrível. É sabido que a sua dieta põe em causa a estabilidade do Império Galáctico, especialmente ao pequeno-almoço. O Imperador já avisou, democracia sim, mas há limites. Fujamos enquanto é tempo!

Todos os Cenários

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Nunca do jogo desistiu. Interferiu, adiou e serviu. Foi a 5 que ninguém o viu, o dia daquilo a que se diz presidiu. Depois lá se ouviu. Referiu. Garantiu que tudo estudou e previu. Sugeriu que como ele nunca outro existiu. Uma maioria exigiu, mas como ninguém o ouviu, perdeu o pio. Entupiu e fugiu.

Será que já decidiu e o seu pupilo preferiu, ou trairá quem desde jovem o seguiu? Surpreender-nos-á agora que quase saiu?

Como a alternativa, embora pareça, não é de Diu, indeferiu e o grau de primeiro não lhe conferiu. Preteriu. Por certo anteviu, não ingeriu mas a mudança obstruiu. Destruiu. Aferiu e aos seus encobriu.

Dramatiza, mas diferiu. Indigitará aquele que instruiu. Desferiu.

 

FIMFA: Infiltração na Governação

Estava-se mesmo a ver que isto ia acontecer.

Neste momento joga-se o tudo ou nada num legitimidade da indigitação de um governo de continuidade desta coligação vs golpe de secretaria de um homem com ambição desmedida para ser primeiro-ministro.

Por princípio, e por tudo o que representam em termos de passado, não votei em nenhum dos dois partidos mais votados mas não posso ficar indiferente às opções de governação para as quais António Costa parece estar disponível. Esta disponibilidade para um casamento com BE e/ou CDU demonstra que, ao contrário da minha percepção inicial, António Costa pode realmente não ser mais um fantoche do sistema. Um homem do sistema jamais correria o risco de infiltrar a ‘extrema-esquerda’ e os ‘comunas’ no circuito de informações e decisões privilegiadas do estado. Um homem do sistema não cometeria a loucura de colocar em risco o sistema através de uma injecção de gente aguerrida com ideais e convicções de justiça e igualdade, gente com a mania da transparência que pode mandar por terra a opacidade que tanto tempo levou a contruir, gente capaz de colocar em causa as competências das nomeações certeiras em cargos cimeiros de agentes de confiança.

António Costa é um homem inteligente e ciente do que implica uma aliança mais à esquerda. Neste momento está debaixo de fogo, sob a pressão opressora do sistema, inclusive a partir do interior do seu próprio partido. Não creio que esteja a fazer bluff pois qualquer repentina simpatia pela PàF e o PS corre o risco de fazer PUF!

António Costa sabe perfeitamente que o BE e CDU não aparentam ser ‘domesticáveis’ e terá de estar preparado para levar uma ou outra mordidela na mão com que pensa alimentá-los. Por outro lado terá ali os seus cães de caça ferozes, feras que poderá soltar sempre que conveniente para farejar e sacrificar alguns dos interesses instalados no nosso delicado ecossistema. Mais não seja para fazer alguma limpeza à casa sem sujar as mãos do PS directamente.

Apesar de não necessariamente voluntária, ou expectável à partida, esta seria uma cabal prova de uma mudança de mentalidade e de acção política. Algo que certamente seria muito bem recebido pelos mais de 50% de eleitores portugueses votantes que escolheram uma viragem à esquerda.

Claro que posso estar enganado, talvez o BE e CDU, uma vez infiltrados no sistema, sejam na verdade seduzidos por este e se tornem novas máfias a quem é ofertado um quinhão exclusivo da exploração de Portugal. Caso isso aconteça nas próximas eleições lá teremos de dar mais ouvidos, e quiçá oportunidade de execução literal das suas ideias, aos que os tratam por putedo e gritam sem pudor “Morte aos Traidores!”

Espero sinceramente que em breve se faça história política e que no final de todo este jogo de sedução e traição não se revele somente como mais uma fantochada inconsequente.

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Procuro um Álibi

Procuro_um_AlibiO Revivalismo está na moda. O Kitsch é o novo Clássico e hoje todos clássicos são Pop. São ciclos, ora virtuosos, ora viciosos. Recordo hoje essa grande artista portuguesa, esse vulto da lusitanidade que é Manuela Passos Guedes. Vinda da terra das matrafonas chegou à ribalta como locutora de continuidade na televisão, mas também foi radialista, jornalista, deputada e até comentadora. Multifacetada, cedo revelou talento para cantar. Foi em 1979 que lançou o seu primeiro disco, o single – “Conversa Fiada”. Premonitório, ou não, a sua carreira musical não ficou por aqui. Teve o seu zénite poucos anos mais tarde, em 1982, com o álbum – “Álibi”. Uma obra-prima em doze temas, um LP que fica para a história. Quem poderá esquecer cantigas como “A Hora do Lobo” e “Prova Oral”, ou a mais imortal de todas as odes – “Foram Cardos, Foram Prosas”?

Mas é outra a canção que hoje interpreta com mais sentimento, com mais emoção – “Procuro um Álibi”. É essa a aposta. Senhora de uma rara extensão vocal, de soprano a baixo, a artista prepara a próxima digressão com empenho e amor: Após meses de esperança e boas noticias, os indicadores económicos vão murchar. Será o “Equinócio De Outono”. A culpa, claro está, não será do executivo anterior, será isso sim, de quem o novo não viabilizar. É este o isco, o Álibi perfeito, a “Flor Sonhada”, porque “Fortuna é…” uma nova e absoluta maioria. Descansem os fãs, a “Cruela” campanha vai continuar…

Star Wars – Princesa Rebelde

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Senhora de um dos mais emblemáticos e inconfundíveis penteados da indústria cinematográfica, a personagem de hoje é a líder da resistência ao Império Galáctico. Outrora fragmentada na Força, a resistência rebelde uniu-se e em bloco conseguiu entrar na Assembleia da República. Por lá andam há uns anos, sempre do contra. Liderados pela Princesa Leia Martins. a Aliança ganhou novo folgo, uma nova Força. Natural de Alderaan, a Princesa Rebelde foi subestimada por todos os Siths e Jedis.

Face à devastação provocada pela Estrela da Morte no planeta Grécia, previa-se o desaparecimento da Aliança Rebelde, mas o bloco reforçou-se. Talvez seja o fim da alternância, mas mesmo que seja apenas o início de uma nova alternância, refresca o panorama, renova o ar. Quando nada muda, até a ilusão do render das moscas agrada aos nativos rebeldes.

Parece que quem quer resistir não se importa com os credores e não teme o fulminante raio da Estrela da Morte. Que se lixem os levantamentos! Abaixo o Império. Pelo menos assim disse na campanha. Faltou explicar aos nativos que só a Autarcia pode substituir a alternativa única. Estranho quando os extremos ideológicos se tocam, mas resistir é sempre romântico.

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Star Wars – Imperador de Naboo

Dando sequência à apresentação das principais personagens da saga Star Wars, dedico hoje algumas linhas a Palpatine, o despretensioso político que um dia foi a Buarcos comer Raia Pitau e aproveitou a ocasião para fazer a rodagem à sua pequena nave espacial de modelo BX. Quis então o destino iniciar a sua ascensão ao topo do aparelho de estado de Naboo. Deixaram-no trabalhar, escavacou a influência dos Jedis e fez-se chefe supremo do Império Galáctico.

Os nativos, embora o critiquem, gostam dele. De outra forma não o teriam eleito e reeleito tantas vezes. Ele, o mais poderoso dos Siths, faz do silêncio a sua maior arma. Todos o temem pois a qualquer um pode matar de tédio quando bota discurso. Assim fará hoje. Dir-nos-á tudo quanto já tinha decidido sobre o nosso futuro, mas que ontem lamentavelmente não teve tempo para nos contar. A galáxia dá-lhe muito que fazer, mas o Imperador nunca esquecerá as suas origens. É um Naboo perfeito.

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