Nau Taforeia
As últimas semanas têm sido pródigas em “factos” políticos: candidaturas, propostas macroeconómicas, coligações, relatório da comissão de inquérito, celebrações e discursos. De tudo um pouco. Haja abundância, haja diversidade, haja campanha. É certo que atenua o cinzentismo reinante. Embora animada, não alegra. Nem um pouco. Revela apenas que tipo de eleitorado somos. Ao conteúdo, alguns chamam eleitoralismo. Eu chamo-lhe palha. São fardos e fardos de palha!
As campanhas eleitorais dizem-nos mais sobre nós próprios do que sobre quem se candidata. Tendemos a não pensar muito nisso. Talvez seja melhor assim. Preferimos palha e estamos no nosso direito. Os candidatos agem em conformidade, servem-na aos elegantes e dóceis puro-sangue Lusitano. Bem sei que a abstenção tem subido a cada votação, mas tal mais não é que a medida do sucesso dos candidatos – Quantos menos votarem, melhor, mais fácil se torna a manobra.
Será que o navio aguenta? Sim, que remédio, mas verdade seja dita, a outrora opulenta Nau Portugal tem vindo a ser reformada e ajustada a novas missões. Tal como outro Albuquerque no passado, a actual visa importantes objectivos além-mar. Para o conseguir, necessita de um navio próprio para o transporte dos eleitores. A manobra nunca será fácil, pois todos os equinos tendem a temer a água. O embarque não se faz pela escada de portaló. Ferrados ou não, os cascos não são compatíveis com degraus. A rampa é a solução. Cabeção e determinação rampa acima no embarque.
Chegados ao destino, desembarcaremos rampa abaixo numa qualquer praia paradisíaca. Nessa altura, não restará palha na coberta, mas manobrada com perícia, a Nau Taforeia estará apta a embarcar mais eleitores para uma nova e emocionante viagem.
Posted on Abril 30, 2015, in Escárnio e mal-dizer, Mentalidade Tuga, Teorias da Conspiração and tagged Cidadania, Democracia, Eleições, Humor, o navio, Politica, Portugal. Bookmark the permalink. 2 comentários.
Infelizmente o eleitorado já come tudo até mer&a.
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