Laivo de Clarividência
Nem sempre é nítido o contraste entre o absurdo e o óbvio. Vivemos tempos estranhos. Apenas o viral é real. Tudo o mais não existe. O virtual até já impõe agenda aos media, mas grosso modo prevalece o princípio da exclusividade absoluta da verdade: a televisiva. Se o noticiário não relatou não aconteceu.
Exposto o abstracto, vamos ao concreto. O exemplo: Num laivo de clarividência, o presidente da comissão europeia, o homem da terra da competitividade fiscal, o luxemburguês Jean-Claude Juncker disse ontem o óbvio! Por cá não passou, pois foi dia de propaganda sobre avisos e críticas à soberania lusitana, logo não houve espaço mediático. Assim se vende em permanência a ideia que nós, entregues a nós próprios, só fazemos asneiras. Resumindo, em dia de divulgação de ameaças, esqueceram-se de nos informar sobre as palavras de Junker. Que disse ele? Que a União Europeia (imagine-se!) errou. Reconheceu que a legislação Europeia é excessivamente intrusiva, que interfere demasiado nos processos legislativos nacionais dos países membros e que por essa razão os cidadãos se afastam cada vez mais do ideal europeu.
Este recado para britânicos, em nítido contraste com a mensagem que ontem nos estava destinada, é tão lúcido como verdadeiro. Traduz a percepção crescente entre os europeus, de um extremo ao outro do campo ideológico. Seja a extrema-direita de leste ou a extrema-esquerda dos periféricos, ninguém quer ser europeu deixando de ser aquilo que nasceu, cidadão do seu país. União não é, não pode nem será, uniformização. Ninguém a quer!
Posted on Abril 20, 2016, in Ideias para o País, Mentalidade Tuga, Teorias da Conspiração and tagged Cidadania, Democracia, Europa, Humor, Politica, Portugal. Bookmark the permalink. 2 comentários.
Donde se pode concluir, without doubt, que a UE (supostamente união europeia) que estão a construir, está a levar a um crescente antagonismo entre os países contrariando a ideia original dos fundadores. Acresce a que, de facto, os chamados meios de comunicação social apenas noticiam “sangue”, “guerra” o que ainda mais potencia as divergências entre europeus. Assim, pergunto-me – a quem interessa ESTA união europeia?
A mim parece-me óbvio que o objectivo(não declarado pois claro)é destruir tanto quanto possível as soberanias de modo a se concentrar ainda mais o poder(não sei se na UE ou se em outra organização internacionalista que esteja em vias de aparecer)