Alegoria da Caserna
Imaginemos fronteiras bem definidas separando o mundo externo e uma caserna. Na caserna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caserna permanecem seres humanos, que nasceram fora dela e foram trazidos até ali. Ali perderam independência e reforçaram interdependência.
Na caserna o todos fundiu-se em uno apesar de nas camaratas existirem beliches de 3x ou mais níveis. Ali permanecem dispostos de costas para a entrada, acorrentados com austeridade, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além fronteiras, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os internos, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas.
Desse modo, os internos julgam que essas sombras sejam a realidade. Imagine que um dos internos seja libertado e, aos poucos, se vá movendo e avance na direcção da fronteira e a recorte, separando-se do todo, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caserna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles. Descobriu também que as meras “projecções” não definiam a verdadeira forma das coisas que eram agora acompanhados de cores, formas e luz assim como a natureza. Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram correrá sérios riscos, desde o simples ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomarão por louco e inventor de mentiras.
Para os internos a morte do aventureiro incauto será mais conveniente e apaziguadora do que, ao longo das suas visitas frequentes, constatar a sua saúde, vitalidade e verdadeira realidade.
PS – esta é uma derivação do texto original disponível em artigo na Wikipedia
Posted on Junho 19, 2015, in Memórias e Sonhos, Teorias da Conspiração and tagged Europa, Filosofia, Grécia. Bookmark the permalink. 3 comentários.
Bela alegoria. Pensar, discordar do politicamente correcto tem um preço cada vez maior, e ter de reconhecer que os eleitos são, em todos os aspectos, os últimos entre nós.
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