Ouça cá, sabe quem eu sou?
Nação quase milenar, valente quanto baste, fazemos da contradição a regra. Não obstante, desta feita a coerência foi total. Decididamente, somos contra as listas VIP. Seja qual for o contexto, abominamos a soberba. Distinto ou plebeu, com ou sem pedigree, estimamos a mais rigorosa observação dos protocolos. Pelos outros claro!
Ficámos ontem a saber que há quinze dias, bárbaros do norte, ousaram barrar a entrada a um dos nossos. Concretamente a uma das nossas Ministras Plenipotenciárias, e logo de 1ª classe. Não se admite! Uma desconsideração destas não pode ficar impune. Por certo que o responsável da tutela vai protestar, pedir satisfações e exigir um pedido formal de desculpa! Nem mesmo a abundância nos cofres lá do sítio os salvaguardará de um valente puxão de orelhas. Pelo menos vão aprender a receber condignamente. Selvagens, explicam o sucedido de forma leviana – Parece que o evento requeria inscrição prévia. Um absurdo. Nem o Núncio Apostólico lhes perdoaria tal ousadia. Bem esteve a nossa chefe de legação. Sem se deixar beliscar pela arrogância do subalterno que lhe barrou a entrada (por alegadamente não constar da lista), actuou de acordo como situação requeria, proferiu com a altivez a elegantíssima frase: “Ouça cá, sabe quem eu sou?“. Haja classe.
Posted on Março 26, 2015, in Escárnio e mal-dizer, Mentalidade Tuga and tagged Educação, Europa, Humor, Portugal. Bookmark the permalink. 1 Comentário.
Reblogged this on Azipod.