Europageddon – O Efeito Borboleta

Aparentemente o efeito borboleta da crise económica e social continua a propagar-se pela Europa. O tempo passa a correr, já lá vão 5 duros anos de retrocesso económico e social sem fim à vista. De momento, por cá, existe uma sensação de mudança de ciclo com novo governo, nova distribuição de forças parlamentares e novo presidente da república. O foco continua a ser a resolução da situação nacional com grande preocupação em agradar ao portugueses e aos nossos credores com uma complexa teia de devoluções de rendimento e reajustamentos de impostos existentes.

Entretanto o mundo continua a girar. Cada vez mais analistas alertam para um 2016 potencialmente catastrófico ao invés de um ano de recuperação económica, o Reino Unido arrisca abanar a União Europeia, nos USA Trump afirma-se como um sério candidato à vitória, Rússia e China demonstram querer assumir um papel de peso na política internacional pondo em causa vários aspectos da até agora dominante visão ocidental do que é melhor para o mundo, mundo este que entretanto entrou em nova corrida de rearmamento silencioso.

Tanta da recente conversa política nacional tem sido sobre o tema de nos mantermos ou sermos empurrados para fora Europa assumindo-se que a Europa foi, é e será sempre a nossa bóia de salvação. E se a maré se inverter ou a bóia furar? Saberemos manter-nos à tona de água, capazes de chegar a terra firme?

O ano passado o caso da Grécia demonstrou que não estava prevista uma saída controlada, seja coerciva, seja voluntária, de um estado membro. Pelo que seguramente não estará também previsto o que sucede em caso de implosão ou desmantelamento da União Europeia.

Parece-me assim urgente que sejam os próprios organismos da União Europeia a criar dossiers públicos para projecção e antevisão do impacto da saída de cada estado membro, com levantamento das implicações económicas, políticas e sociais para esse estado membro, para a Europa como um todo e para cada um dos outros estados membros. E um dossier “Armageddon” com o pior cenário possível, o fim da União Europeia, o que isso significa globalmente e para cada estado membro, criando-se um termómetro de exposição a essa eventualidade que permita a cada estado membro ajustar as suas políticas para evitar cair numa total Euro-dependência que lhe seria fatal neste cenário.

É chegada a altura de abrirmos bem os olhos, olharmos para além dos próximos 1 a 2 anos, de nos bastidores se iniciar a formulação e aplicação de antídotos secretos que evitem que pelo menos Portugal volte a ser ultrapassado, enrolado e afogado pelos acontecimentos.

Efeito-Borboleta

About Nuno Faria

Nascido em 1977, informático por formação, vegano por convicção, permacultor por transformação. Desde cedo que observo e escuto atentamente, remoo pensamento até por fim verbalizar a minha opinião e entendimento, integrando o que faz sentido do que é argumentado por quem de mim discorda. Não sei como aconteceu mas quando dei por mim escrevia sobre temas polémicos, tentando encontrar e percorrer o tão difícil caminho do meio, procurando fomentar o pensamento crítico, o livre-arbítrio e a abertura de coração e consciência. Partilho o que ressoa procurando encorajar e propagar a transmissão de informação pertinente e valores construtivos e compassivos.

Posted on Março 15, 2016, in Ideias para o País and tagged . Bookmark the permalink. Deixe um comentário.

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