Post do desassossego
O ponto de partida é o escrever como falamos…
O novo acordo ortográfico veio aproximar a verbalização da escrita e assim melhorar do dia para a noite a redacção dos maus redactores e piorar a dos bons. Na dúvida agora verbalizamos as palavras com rasteira antes de as pôr no papel. A regra é “O que não se pronuncia não se escreve” o que dá azo a várias versões porque há quem faça questão de pronunciar o C em palavras como acto ou redacção e há quem não se dê ao trabalho de o fazer.
A melhor justificação para a escrita de uma palavra ouvi-a no programa da RTP Bom Português onde ao perguntarem a um brasileiro porque ele defendia que determinada palavra se escrevia assim ele responde simplesmente “Porque é assim que se escreve no Brasil!”. E não é que tinha razão? Contra a minha própria suposição, ou talvez teimosia, admito.
Piores ficaram os sopinhas de massa e os belfos que são rotulados de analfabetos por escreverem como falam.
Anos luz à frente estão os jovens que contraiem a escrita nos telemóveis e SMS usando e abusando do X e K. Felizmente o K entrou no nosso abecedário e podemos ter esperança na evolução para acompanhar a verbalização vindoura.
… porque de seguida podemos estimar como contamos contos …
Reguadas, raspanetes, obrigação à tomada de atenção e a rever a matéria. Tudo isto eram as respostas dadas quando as contas não batiam certo. Quando a tabuada era adulterada, a divisão ou subtração tiravam mais do que a soma de todas as partes. Tinhamos de aceitar as nossas limitações e estudar mais.
Não sei se fruto de algum acordo fiscal, porque admito não acompanhar estas matérias ao pormenor, mas a verdade é que há contas fiscais a bater muito mal. E nada. Nem uma simples repreensão. Física ou psicológica, tanto faz. O homem faz as contas e projecções com o lema “Quem não se pronuncia não conta” e toca a cortar no social para compôr o ramalhete do capital.
Com uma educação tão cara e cuidada como a sua onde anda o seu professor? Quiçá o único que lhe pode decretar o castigo de voltar à escola.
… que felizmente são histórias de finais felizes …
O amor esse nunca conheceu dias melhores. Devido à debilidade financeira recém-adquirida milhares de casais desavindos são forçados a partilhar o mesmo espaço, e hábitos, porque não conseguem financiar uma separação amigável. Quantos casais não se terão reconciliado por este convívio forçado?
Não contente com apenas isso o nosso governo lembra-se de diminuir em 21% o subsídio de desemprego para quem não tenha um agregado familiar. Estes infelizes solteiros passam assim a receber 301 € mensais. O que quer dizer que se dois solteiros desempregados se apaixonarem de repente, e juntarem trapinhos, poderão aumentar em mais 75 € o seu rendimento individual, ganhando mais 150 € no total!
Ó Cupido, penhora teu arco e setas pois não mais será necessária a tua mira para fazer felizes estas gentes. Ave Passos Coelho por tua grandiosidade e tuas sementes de volúpia e fertilidade. Afinal não nos sabeis apenas foder em 360º. Também cultivais a seara do amor. A felicidade das núpcias é o cruzamento de ambos. Que sabedoria a tua e a dos teus.
… sobretudo quando não há falta de virilidade.
Mas a sabedoria precisa de ser salpicada com vigor e espontaneidade para se libertar de algumas armadilhas colocadas por espíritos pérfidos igualmente sábios. Portugal é lesto a produzir tomates, comprovadamente fá-lo como ninguém. Isso quer dizer que tem entre si dos melhores técnicos para o seu semeio, a sua criação e a sua apanha. Rogo que alguns desses especialistas sejam seleccionados com a missão de auditar os membros do nosso governo. Verificar se efectivamente os têm no sítio. Elemento essencial para dizer “NÃO! BASTA!” a quem se queira aproveitar da nossa fraqueza momentânea para nos iniciar no vil mundo da prostituição e proxenetismo a troco da garantia de uma subsistência razoavelmente confortável.
A conclusão?
Por cá temos a capacidade de nos insultar sem correr grandes riscos de sermos imputados judicialmente, a não ser que o façamos diretamente à nossa elite decisora. Parece coisa pouca mas lá fora há quem batalhe pela legalização do insulto tal é o ponto a que chegou a censura. Claro que um pouco de escárnio e mal-dizer alivia a pressão e ajuda ao sentimento ZEN. No entanto o que nos faz mesmo falta neste momento é uma lei de despejo de representantes de altos cargos cujo currículo e obra feita comprove a sua incompetência, o seu enriquecimento ilícito, a falta de vergonha na cara e ausência de noção do ridículo. A aplicação desta lei consistiria num simples envelope lacrado entregue a quem o merecesse. Lá dentro um simples boletim de voto e o próprio visado escolheria a sua porta de saída.
#1 Exílio (mala de cartão) #2 Justiça Popular #3 Directamente para Prisão
Posted on Outubro 25, 2012, in Ideias para o País. Bookmark the permalink. 2 comentários.
Parabéns Faria!
Reblogged this on Azipod.