A Feira dos Coletes

Há uma semana que França se encontra ao rubro com a moda dos coletes amarelos, símbolos da luta de rua pela anulação das políticas que conduzem ao perder do poder de compra. Haverá luso-descendentes entre eles?

 No Mediterrâneo, apesar de ter deixado de ser preocupação mediática continua a predominância da moda dos coletes laranja que mantêm à tona algumas esperanças de vida.

Já em Portugal o foco esteve na discussão da moda do colete encarnado,  foi o próprio Parlamento que resolveu a afronta recente, espezinhando-a como merecia. Os progressistas não entendem que as lides do Touro são o futebol de Verão dos provincianos. As gentes do campo e das lezírias são muito perigosas, munidas de forquilhas, habituadas a labutar horas a fio, fortalecidas pelas agruras das jornas, sabe-se lá que lhes daria para fazer se de repente se lhes acabasse a festa! Sacrifiquem-se os touros em prole do bem comum, que farpem, sangrem, ridicularizem e matem o bicho à vontade, desviando a atenção do que fazem os seus autarcas quando não organizam esta bela festa.  Uma mão lava a outra. É tradição.

Mesmo assim já se vê o emergir de alguns coletes amarelos em Portugal, que, apesar de parcos, conseguem paralisar a dinâmica de exportações nacional! Estão a ver o perigo? Não seria melhor serem adeptos fervorosos dos coletes encarnados!?

É muito complexa a moda dos coletes. Enquanto Portugal se mantiver fiel ao encarnado tudo vai bem. É rezar para que não se dê a chegada do laranja, o que estragaria a bonita selfie do nosso Allgarve, e se consiga conter o real perigo da contaminação do amarelo, o que daria muito pouco jeito em ano de eleições.

 

About Nuno Faria

Nascido em 1977, informático por formação, vegano por convicção, permacultor por transformação. Desde cedo que observo e escuto atentamente, remoo pensamento até por fim verbalizar a minha opinião e entendimento, integrando o que faz sentido do que é argumentado por quem de mim discorda. Não sei como aconteceu mas quando dei por mim escrevia sobre temas polémicos, tentando encontrar e percorrer o tão difícil caminho do meio, procurando fomentar o pensamento crítico, o livre-arbítrio e a abertura de coração e consciência. Partilho o que ressoa procurando encorajar e propagar a transmissão de informação pertinente e valores construtivos e compassivos.

Posted on Dezembro 4, 2018, in Escárnio e mal-dizer and tagged . Bookmark the permalink. 1 Comentário.

  1. Rui Moura da Silva

    Gostei da ironia.

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