A Game of Thrones
Na terra onde “os verões duram décadas e os invernos uma vida inteira” a paz foi quebrada pela morte do monarca. A unidade de outrora deu lugar à crise da sucessão. A promiscuidade da Rainha de todos os herdeiros fez bastardos. O Trono de Ferro, símbolo dos ciclos viciosos, da alternância e da eterna impunidade sob arco da governabilidade é deste então disputado. Eis a síntese do enredo deste grande sucesso televisivo. Baseada na colecção de livros “As Crónicas de Gelo e Fogo”, a série televisiva reproduz com grande sofisticação a fantasia épica brotada da alucinada imaginação do escritor GRRM.
Como em todos os grandes sucessos, há preferidos e preteridos, há populares e odiados. De entre as mais de mil personagens, destaca-se Luís Tyrion Lannister, o pródigo comentador e estrela da opinião uníssona e bem explicada. Palpita sobre tudo: nomeações, resoluções, debates ou sondagens. Um autêntico hipermercado da opinião, linear de ficção para consumo fácil e barato. Informado como ninguém, tudo sabe sobre todos os negócios e sociedades, excepto daquelas em que é sócio – Ai, nada, nada, nada… Padece de nanismo mas tal nunca lhe limitou a ambição. A todos ajuda em Westeros e em Essos. A norte, a antiquíssima barreira de gelo mantém à margem os Outros, todos que por enquanto se abstêm.
Um dia, os Outros compreenderão a ameaça que representam para a manutenção desta guerra de tronos. Um dia, quem sabe em breve, compreenderão a dança das cadeiras. Talvez então a barreira de gelo se derreta com o calor da perspicácia que os sete reinos julgam extinta.
Posted on Setembro 22, 2015, in Escárnio e mal-dizer, Programas de Televisão and tagged Cidadania, Democracia, Eleições, Humor, Politica, Portugal. Bookmark the permalink. 1 Comentário.
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