Efeitos de gases de estucha

Nos longínquos anos Socráticos a gloriosa, luxuosa, dispendiosa governação acalorou a vida dos Portugueses de tal maneira que tornou irreversíveis os efeitos de um prolongado aquecimento orçamental.

Culminou com a chegada de uma era glaciar que provocou o congelamento das calotas orçamentais. Durante esse período a humanidade portuguesa sofreu diversas tribulações, sendo posta à prova a sua resiliência no ajustamento ao desvio colossal face ao anterior rumo, tudo isto sob um tormentoso silêncio sepulcral.

5 anos depois surgem as primeiras rachas nas grandes barreiras de gelo. De forma engenhosa é inventada uma milagrosa geringonça que apesar dos receios iniciais se mostrou eficiente no atenuar dos efeitos sentidos pela catástrofe que assolou Portugal.  Logo no primeiro ano as parcelas orçamentais foram reconfiguradas, novo desvio foi aplicado sobre o anterior, recuperou-se alento e sustento, tudo temperado com um insólito afecto.

Depois chegou o segundo ano. Com eleições que deixaram claras as diferenças entre ser carenagem descartável ou motor essencial da geringonça,  com incêndios mortíferos devastadores que colocaram a nu carências na protecção civil, com insurgentes reivindicações nas áreas da educação, saúde, forças policiais e militares, tudo isto resultando numa avassaladora emissão de gases de estucha.

Estes gases de estucha são perigosíssimos pois conduzem ao descongelamento descontrolado, provocando um diluvio de proporções bíblicas no território orçamental, o que certamente criaria um cenário em tudo similar ao que se passou no período Socrático. Na altura dizia-se que a dívida não é para se pagar mas sim para se gerir, hoje parece ter-se substituído dívida por expectativa, seja como for no final as contas terão de ser seladas.

Preparemo-nos para um complexo e decisivo terceiro ano que irá esclarecer de uma vez por todas qual o verdadeiro ciclo em que nos encontramos.

About Nuno Faria

Nascido em 1977, informático por formação, vegano por convicção, permacultor por transformação. Desde cedo que observo e escuto atentamente, remoo pensamento até por fim verbalizar a minha opinião e entendimento, integrando o que faz sentido do que é argumentado por quem de mim discorda. Não sei como aconteceu mas quando dei por mim escrevia sobre temas polémicos, tentando encontrar e percorrer o tão difícil caminho do meio, procurando fomentar o pensamento crítico, o livre-arbítrio e a abertura de coração e consciência. Partilho o que ressoa procurando encorajar e propagar a transmissão de informação pertinente e valores construtivos e compassivos.

Posted on Novembro 21, 2017, in Ideias para o País, TV Memória and tagged , , , . Bookmark the permalink. Deixe um comentário.

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