Eu não roubei! Eu sou gay!
Sócrates é um caso português de Dr. Jekyll and Mr. Hide, dependendo se o vemos defendendo a sua honra, em entrevistas sem contraditório, ou se o vemos em soberba esgrima ao defrontar os procuradores que explanam as acusações contra si. No primeiro caso parece estarmos perante a vítima de uma conspiração cujo fim é o seu assassinato político e prejudício do PS, no segundo dá ares de vilão, com inteligência e sagacidade muito acima da média, capaz de montar o esquema perfeito baseado em intricados códigos de honra e de comunicação. A única certeza dada por esta devassa da sua vida privada é a de que Sócrates gastou muito dinheiro nos últimos tempos.
Uma vez que o sistema judicial parece estar plenamente controlado resta-lhe a hercúlea tarefa de evitar, ou anular, a condenação pelo julgamento popular, menos dado à interpretação do código penal, ao cumprimento de todas as regras e trâmites da acusação. Algo necessário pois Sócrates é ainda um jovem para a vida política, com uma folha limpa poderia ter legítimas aspirações a PM ou PR. Se Cavaco o conseguiu porque não ele?
Sr. Sócrates, permita-me vir por este meio colocar em cima da mesa uma possível solução para o seu intrincado problema. Talvez não seja do seu conhecimento mas uma outra sombra existe sobre si, no diz que disse popular, a da sua real orientação sexual. Para muitos portugueses você é incondicionalmente gay. Com namorados apontados e tudo! Sim! Sim! Não se admire, nem se apoquente. Porque se há uns bons anos atrás isso seria contraproducente para o sucesso de uma carreira política hoje em dia já não é bem assim.
Acredito que seja dos poucos políticos portugueses com a fibra necessária para uma estratégia deste tipo: apagar da memória dos portugueses importantes factos judiciais e políticos contra si, utilizando como borracha cusquices relacionadas com a sua privacidade.
O ajustamento é ligeiro. Por uns tempos salte do CM, Publico, Visão, JN, etc para a Caras, Nova Gente, Maria, etc (talvez não consiga sair do CM mesmo assim). Aproveite para fazer política GLF, mudar completamente a sua imagem, reconquistando a simpatia e admiração de outrora. Demonstre novamente a sua coragem, pujança e descaramento, noutros termos menos bélicos e mais paz e amor. Transforme-se de um feroz animal político para uma, para A, amável bicha política. Veja-o como o surfar de uma onda para amainar um tsunami.
Acha que é absurdo e não vai funcionar? Pois pergunto-lhe se assim de rajada me consegue apontar um gay assumido reconhecidamente mal-feitor ou culpado de grandes crimes de corrupção? Pois… vê como é difícil? É como se o manto da homossexualidade funcionasse de forma imediata como um manto de honestidade!
Sugeria desde já que visitasse a sua antiga prisão, retribuisse os mimos que os presos e guardas tiveram para consigo, e ainda antes do Ano Novo marque uma conferência de impresa para esta revelação bombástica que será arrasadora (pelo menos das memórias lusas relativas ao processo “Operação Marquês”).
Neste momento pode optar por uma de duas tocas: a do coelho Ladrão e a do coelho Homossexual. Como isto não é uma fábula mas sim a vida real não poderá matar ambos de uma cajadada só. Seja forte, escolha um deles e vista a pele que melhor lhe assenta ou a que mais votos lhe renderá no futuro.
PS – Atenção que esta é uma estratégia desenhada absolutamente para território português. Se visitar terras brasileiras não existe qualquer escapatória possível à carga negativa colonialista de um político português que ouse roubar dinheiro ao povo brasileiro! No Brasil ser ratazana é mais forte do que ser veado. Em caso de emergência fale com Duarte Lima.
Posted on Dezembro 22, 2015, in Escárnio e mal-dizer and tagged Humor, Roubalheira. Bookmark the permalink. Deixe um comentário.
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