A Sedução Abrangente
Todos nós gostamos de ser seduzidos, de uma ou outra forma, já todos o tentamos pelo menos uma vez na vida, especialistas e estudiosos da matéria dispensam largos períodos da sua vida tentando descobrir novas técnicas e modelos, algumas são levadas ao extremo com consequências excepcionais para uns, podendo ser ao mesmo tempo nefastas para outros.
A economia de mercado dita as suas leis, estas muitas vezes, tal e qual as outras, limitam o direito de livre escolha de cada um, conseguindo mesmo, ser tanto mais persuasivas, quanto mais dependentes são os seus alvos.
As grandes máquinas de marketing, estão montadas para seduzir os consumidores, que afinal somos todos nós, diariamente somos confrontados com promoções em cadeia, descontos num sistema de pescadinha de rabo na boca, abasteça aqui e ganhe um brinde com os pontos, ou mesmo, compre aqui e utilize o ágio no abastecimento, depois volte cá com o cupão que lhe deram lá, tentando generalizar a indução ao consumismo desmesurado controlado muitas vezes pelas datas de caducidade dos benefícios.
Este mecanismo está baseado no princípio da meritocracia, pois ganhará a equipa que melhor souber aliciar o consumidor, práticas pensadas dentro dos grupos empresariais, tentando através da sua tenacidade, fidelizar uns quantos.
Eis que, indo ao encontro de ideologias recentes, em que muito bem, instigam ao cérebro empresarial Luso a ter uma visão global e até exportar os nossos famosos doces, é dado o momento em que é posta em prática, uma ideia muito mais abrangente.
Abarca-se de uma só vez, um número considerável de consumidores, com um desconto direccionado para um operador de mercado, grande ideia, nunca antes pensada, ou talvez sim, mas nunca antes permitida.
Quem sabe mesmo se estará para breve, campanha idêntica por outro qualquer operador, em que por cada passagem nas vias agora portajadas, dará imediato acesso a um benefício nas pipocas da próxima sessão de cinema.
Conscientes dos hipotéticos ganhos, a liberdade de escolha está causticamente condicionada a cada dia que passa, impelindo-nos, embora sub-repticiamente a ir ter onde não queremos, mas sim, onde quase somos obrigados.
Os mercados estão cada vez mais controlados pelos grandes “players”, que mantêm a sua força por inerência dos números que geram e/ou dos postos de trabalho que mantêm, mas certamente acompanhada pelo sentimento de um espírito de cleptocracia cada vez mais institucionalizado.
A apetência invejável de transferirem ilustres figuras das máquinas partidárias para as empresas e vice-versa, devia apenas ser equacionada com pretensão de trazer vantagem a todos, e não só a ambos, bastava somente aprender com estes métodos de dissuasão.
Deixando a minudência aos especialistas, imaginemos que por uma improvável ordem do acaso, o imensurável operador de mercado chamado Estado devolvia uma percentagem do total das despesas anuais com a restauração de um qualquer cidadão, em tikets de refeição, ou empregava método idêntico na saúde, ao estilo, traga o recibo e leve cheques dentista.
Medidas abrangentes e psicologicamente atractivas!
Posted on Janeiro 17, 2012, in Ideias para o País and tagged Cidadania, Portugal. Bookmark the permalink. Deixe um comentário.
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