Kamikaze
O momento era grave, a situação difícil mas foi da surpresa que oportunidade surgiu. O inimigo navegava à vista, crente e confiante na vitória apesar das diferenças de opinião a bordo. A guarnição da geringonça acreditou que podia discordar, unida nos seus antagonismos, mas enganou-se. Pronto para o supremo sacrifício, lá estava Pedro, o Kamikaze Coelho. Não hesitou. No afã de sempre servir o supremo interesse da nação atacou destemido o invasor, a frota do aumento do ordenado mínimo, esses usurpadores!
Fê-lo sem olhar para trás, porque da coerência não reza a história e a dita, como sabemos, é escrita pelos vencedores. Queria ganhar, repelir aqueles que têm revertido a sua obra. Apostou no tudo ao nada, ignorando as consequências, concentrou energias nos danos causados ao inimigo. Preparou-se para partir, tomou o Saquê e proferiu o grito de guerra – Vou salvar a concertação social, em especial as confederações patronais, pobres reféns do governo. O objectivo era nobre, a vontade férrea e o instinto de autopreservação nulo. Determinado, voou picado no seu Zero.
Porém, após o severo impacto, sobretudo mediático, a geringonça reagiu. Lambeu as feridas, reparou os danos e manteve-se à tona. O choque do primeiro embate ao invés de acicatar as diferenças, gerou consensos, refez amizades, restabeleceu afectos. O guerreiro Kamikaze inspirou os seus, mas a geringonça arrumou as hostes graças à violência do ataque. O efeito surpresa fez despertar as consciências na frota de esquerda, a todos relembrou sobre o mal que os une, o ódio a Pedro.
Posted on Janeiro 27, 2017, in Escárnio e mal-dizer, Mentalidade Tuga, Teorias da Conspiração and tagged Economia, Humor, Impostos, Politica, Portugal. Bookmark the permalink. Deixe um comentário.
Deixe um comentário
Comments 0