Reformado na Argentina
O revivalismo dá provas de não ser moda passageira. Seja filme, produto, utensílio ou traje do passado, todos têm hoje uma nova oportunidade para brilhar, para atrair milhões de consumidores. O mesmo se passa com as teorias da conspiração. De quando em quando, lá surge como novidade uma conspiração antiga. Reciclada ou com novos indícios, emerge acima da linha de água mediática e ali fica a boiar uns tempos. Depois afunda. Vão alternando, para não fartar. O consumidor é exigente!
São como os boatos, são um produto, uma multiplicação com dois factores: o interesse e a ambiguidade. Quando um deles é zero, o boato anula-se. Ora, a boa teoria da conspiração tem sempre muito interesse e ambiguidade quanto baste para que nada se consiga provar. No fim, tudo se resume à crença de cada um. Uma questão de opinião, de palpite (os anglo-saxónicos chamam-lhe “feeling”) ou até mesmo de fé. Importante é começar por promover bem através do anúncio prévio, tal qual feito nos Panamá Papers…
Não obstante o ocasional fiasco, recebi com entusiasmo o anúncio de regresso da velha teoria conspirativa sobre o austríaco, portador da Cruz de Ferro e líder do nacional-socialismo germânico: não se terá suicidado no bunker da Chancelaria em Berlim, fugiu e viveu tranquilamente até à sua morte na América do Sul.
Não querendo com detalhes estragar a surpresa da próxima semana, devo apenas confirmar que gostava de passear em Buenos Aires e nunca faltava a um jogo da selecção Argentina. Era um fervoroso adepto.
Posted on Janeiro 18, 2017, in Escárnio e mal-dizer, Teorias da Conspiração and tagged Humor, Mundo, Não chores por mim. Bookmark the permalink. Deixe um comentário.
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