Barack Oporto
A subserviência ante os estrangeiros, especialmente as individualidades mais sonantes é quiçá uma das mais recorrentes manifestações de portugalidade. Somos assim, incapazes de por nós próprios identificar os encantos da nossa terra, qual criança com baixa auto-estima, eternamente em busca de aprovação maternal. Seremos carentes ou simplesmente complexados? Falta-nos mimo? Face ao sucesso do mandato presidencial dedicado aos afectos, dir-se-ia que sim, que como povo nos faltou carinho. Fazemos birra quando não nos gabam o património, a história e os feitos ultramarinos, mas se há coisa que não perdoamos é quando não nos gabam a gastronomia.
Numa semana que pela capital começou com a indignação e revolta em torno de uma importante questão de estacionamento e respectivo tarifário, a alegada discricionariedade da medida de excepção foi debatida e escrutinada à exaustão. Não obstante a nacionalidade da beneficiada, a circunstância ditou a contradição face à tradicional subserviência. Foi estranho. O habitual hosana nas alturas não colheu apoio popular. Muitos sugeriram até que Medina fosse excomungado. Contudo a semana acabou pior, muito pior! Inacreditavelmente, o ex-presidente norte-americano fez uma incursão relâmpago pelo nosso país. Foi duro. Barack Obama veio à cidade invicta e imagine-se o desplante, fez-nos a desfeita de não provar a mais tradicional das iguarias locais, a Francesinha!
Posted on Julho 9, 2018, in Escárnio e mal-dizer, Mentalidade Tuga and tagged Humor, Politica, Portugal, Turismo. Bookmark the permalink. 1 Comentário.
Good joke.