Culto da Amizade
A TVI revelou que grande parte dos donativos para vítimas de Pedrogão Grande se encontram empilhados em armazéns da câmara sendo desviados para amigos e familiares dos autarcas.
Como a maior parte dos telespectadores senti um certo incêndio interior, num misto de raiva, ódio, para com mais um caso de corrupção assente no aproveitamento da boa-vontade a larga escala.
Respirei fundo, acalmei-me, foquei-me na parte positiva. Os autarcas não estão a reter os donativos, estão a distribui-los por familiares e amigos, o que é de louvar pois poderiam apenas usá-los para benefício próprio! Talvez o problema não esteja no comportamento dos autarcas mas sim em quem se queixa de nada ter recebido. Se nada recebeu é porque não é amig@ do Presidente, ora o sentimento de amizade incondicional pelo próximo é bonito e deveria ser trabalhado para ser atingido. Porque não são as vítimas amigas do Presidente? Que bloqueios terão nas suas vidas, presentes ou passadas, que impedem essa possibilidade? Antes de atirarem pedras deveriam meditar para identificar, reconhecer e trabalhar as suas próprias falhas. Essas pessoas, mais do que de receber apoios, precisam de cultivar amizade genuína pelos outros, incluindo pelo Sr. Presidente que está disponível para todos os que a demonstrem, ao menos num amistoso boletim de voto.
Deveriam ter pensado nisso durante este ano e meio que passou, ao invés de se concentrarem no vosso luto, dor, recuperação e reconstrução sem apoio autárquico. O Sr. Presidente esteve, está e estará sempre à espera de um gesto de boa vontade da vossa parte.
Namaste, vítimas de Pedrogão, Namaste.
Posted on Fevereiro 25, 2019, in Escárnio e mal-dizer and tagged Corrupção, Solidariedade. Bookmark the permalink. 1 Comentário.
Isto de facto é algo de inconcebível. E o traste a tentar convencer o povinho, que ele, coitado, até estava a oferecer o espaço dos “seus” armazéns para guardar as ofertas destinadas a serem entregues aos seus munícipes…E ao fim de ano e meio não lhe ocorreu, coitado, contactar as entidades a quem tinha empreste os “seus”armazéns. É por estas e por outras que eu temo pela chamada descentralização (vide, também, as pedreiras de Borba).